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A gaúcha Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz comanda três ações teatrais gratuitas no RECIFE

Grupo apresenta Desmontagem: Evocando os Mortos Poéticas da Experiência, com a atriz Tânia Farias, a oficina Vivência com a Tribo, e debate sobre questões de gênero na contemporaneidade teatral brasileira. Foto: Cisco Vasques / Divulgação

A atriz Tânia Farias reflete sobre suas lutas, erros e acertos que mapearam seus processos criativos e as experiências na construção de cada uma de suas personagens. Foto: Margareth Leite / Divulgação

O Ói Nóis Aqui Traveiz – grupo gaúcho versado no engajamento e longevidade (são 41 anos de trajetória ininterrupta) na cena brasileira – chega ao Recife com uma tríade de ações. A performance Desmontagem: Evocando os Mortos Poéticas da Experiência, com a atriz Tânia Farias, a oficina Vivência com a Tribo, e debate sobre questões de gênero na contemporaneidade teatral brasileira. A programação, com entrada franca, ocorre no SESC Casa Amarela. Nos dias 3 e 4 de outubro, às 20h, a Tribo encena a Desmontagem Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência, seguida de bate-papo sobre o processo criativo. No dia 2 de outubro, das 14h às 18h será realizada a Oficina de Vivência com a Tribo, e às 19h, o Debate sobre questões de gênero. Em todas as atividades haverá o uso do instrumento de acessibilidade em libras e programa em braile.

A desmontagem é um conceito técnico aberto e relativamente novo no âmbito das artes cênicas. Cada artista se propõe a investir na análise e desconstrução do próprio trabalho artístico enquanto um manifesto estético e político. Carrega uma dimensão pedagógica da demonstração técnica do trabalho. A gaúcha Tânia Farias é uma das pioneiras dessa pesquisa no Brasil e tem sido responsável pela propagação dessa ideia do trabalho de ator no país.
A atriz reflete sobre suas lutas, erros e acertos que mapearam seus processos criativos e as experiências na construção de cada uma de suas personagens.

Tânia Farias propõe um mergulho num território onde o trabalho autoral condensa um ato real com um ato simbólico, provocando experiências que dissolvam os limites entre arte e vida e potencializem a reflexão e autoconhecimento. O trabalho segue a fileira de investigação do teatro ritual de origem artaudiana e performance contemporânea.

Em Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência, a artista refaz o caminho na criação de quatro personagens emblemáticos de montagens da Tribo. São eles: Ófelia em Hamlet Máquina (1999), a partir da peça homônima do alemão Heiner Müller; Kassandra em Aos Que Virão Depois de Nós – Kassandra In Process (2002), a partir da novela Cassandra, da alemã Christa Wolf; Sasportas em A Missão – Lembrança de uma Revolução (2006), também a partir de texto de Müller; e Sophia em Viúvas – Performance sobre a ausência (2011), a partir de peça e da novela Viudas, do chileno Ariel Dorfman.

Os personagens – Sofia, Sasportas, Kassandra e Ofélia – são interpretados como se fossem mortos e cujas almas tomam o corpo da atuadora e se materializam no rosto, na voz, na energia e na palavra.

A questão é de gênero. E a performance vibra e grita contra a violência que as mulheres sofrem, abusos que arrancam pedaços físicos, psíquicos e de possibilidades na vida. Projeta também a experiência afetiva e poética da sensibilidade e da luta das mulheres no meio artístico e social.

E o trabalho denuncia a violência contra a mulher em suas variantes, questões que passaram a ocupar centralmente o trabalho de criação do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz. As três ações estão interligadas com o intuito de instalar reflexões sobre as atitudes cotidianas e a responsabilidade de cada um no mundo dentro desta cultura da violência, discriminação e preconceito arraigados.

Ficha técnica
Desmontagem Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência
Criação da Atuadora Tânia Farias a partir de quatro personagens de espetáculos da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
Concepção, atuação e oficineira: Tânia Farias
Direção: Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
Produção: Terreira da Tribo Produções Artísticas

Serviço
Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência
02/10, das 14h às 18h: Oficina de Vivência com a Tribo
02/10, 19h: Debate sobre questões de gênero no teatro brasileiro contemporâneo
03 e 04/10, às 20h: Desmontagem Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência, seguida de bate-papo sobre o processo criativo
Onde: SESC Casa Amarela (Av. Professor José dos Anjos, 1190) – Recife/PE
Entrada franca
* Em todas as atividades haverá o uso do instrumento de acessibilidade libras para deficientes auditivos e programa em braile para deficientes visuais.
** O Projeto foi selecionado pelo Programa Petrobras Distribuidora 2017/2018, através da Lei de Incentivo à Cultura

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