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Fique feliz! Tem FITO no Recife

Naná Vasconcelos apresenta show Guarda som. Foto: Ivana Moura

O fim de semana está propício para soltar a imaginação. O endereço para o exercício da criatividade é o charmoso Marco Zero, onde está instalado o Festival Internacional de Teatro de Objetos (Fito). A programação começa às quatro da tarde com opções para o público infantil e adulto. Atores da Alemanha, Portugal, Israel, Bélgica, França utilizam os mais variados objetos, da pesada retroescavadeira que se transforma em bailarina, às bonecas tipo barbies, e outras coisas da indústria usadas de forma lúdica, para construir os espetáculos. Os grupos estrangeiros que têm montagens com falas utilizam legendas para a melhor compreensão. 

O Brasil está representado pelas companhias XPTO, Teatro das Coisas e Truks, todas de São Paulo. O pernambucano Naná Vasconcelos faz uma apresentação repleta de sons extraídos de objetos inusitados, como guarda-roupa e cabides. Neste sábado, o show de fechamento é com o genial Hermeto Pascoal. Simplesmente imperdível.

Igualmente imperdível é o espetáculo Assalto, da Companhia de Bakelite. A cabeça visível do grupo é o ator Olivier Rannou, com uma atuaçao extraordinária na montagem da trupe francesa.

O espetáculo O assalto é imperdível. Foto: Ivana Moura

O personagem central planeja um grande roubo e a montagem expõe todos os detalhes da execução do golpe. As mínimas surpresas são deslumbrantes. O ritmo é preciso e remete para um filme de suspense. Existe uma sincronia perfeita entre música, gestos e efeitos especiais. O ator transforma as quinquilharias que são largadas numa garagem em elementos com vida. Brinquedos em miniaturas, souvenirs quebrados, garrafas plásticas, pneu, porta de carro.

Olivier rannou se mostra exuberante no domínio das técnicas. Ele simula a subida em um prédio altíssimo, apresenta  a perseguição e a fuga, representa a conversa do bandido com o chefão da máfia apenas com um braço à mostra, expõe como serrar uma mala. Inventividade aos borbotões. A peça tem ritmo e humor. E passagens cheias de surpresas, onde os objetos viram protagonistas.

A cenografia é de Olivier Rannou e Alan Floc’h. A música de Jean-Luc Briand. A iluminação é fundamental para o espetáculo, falado em francês e com legendas em português.

Ator Olivier Rannou em excelente interpretação. Foto: Ivana Moura

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