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Poesia circula com Loucos e Oprimidos da Maciel

Espetáculo Pólo Marginal - Opereta de rua. Foto: Miguel Igreja

Espetáculo Pólo Marginal – Opereta de rua. Fotos: Miguel Igreja

Feito menestréis modernos, os integrantes do Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel saem em turnê para espalhar poesia. Em bando, buscam um sentido da existência. Com o espetáculo Pólo Marginal – Opereta de Rua a trupe circula por oito municípios, comunidade quilombola ou distritos em Pernambuco. Essa turma de poetas-piratas-saltimbancos leva na bagagem palavras que são tesouros para curar e alimentar o espírito, para exercitar a sensibilidade das criaturas empedernidas deste século 21. A circulação estadual começa por São José do Belmonte e Triunfo neste final de semana.

A obra poética do escritor e jornalista pernambucano Marco Pólo Guimarães é a base da encenação, que tem roteiro e direção de Carlos Salles (in memoriam) e assistência de direção de Rodrigo Torres.  A solidão do poeta, a fugacidade do real e o vazio doído da existência são cantados em versos. As questões contemporâneas são declamadas para expor os estados do ser e as mazelas sociais.

As músicas da banda Ave Sangria – conjunto dos anos 1970 no Recife, liderado por Pólo, que era o vocalista e compositor – são também tocadas e cantadas pelo elenco formado por  Cris Santos, Maria Dias, Pedro Félix, Roberta Lúcia, Rodrigo Torres, Sandro Sant’na, Celso José e Walgrene Agra.

O projeto é incentivado pelo Funcultura/Governo do Estado de Pernambuco e realizado em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Social (IDS). Esta circulação estadual conta ainda com apoio das prefeituras municipais e do SESC Garanhuns.

Em atividade desde 2007 a trupe já fez suas andanças com as encenações Do Moço e do Bêbado Luna, inspirada na obra do poeta Erickson Luna. E tem planos de montar peças a partir da obra de outros poetas marginais como França e Miró.

Ficha técnica
Espetáculo Pólo Marginal – Opereta de Rua, com o Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel
Texto: Marco Pólo Guimarães
Roteiro e direção: Carlos Salles (in memoriam)
Assistência de direção: Rodrigo Torres.
Elenco: Cris Santos, Maria Dias, Pedro Félix, Roberta Lúcia, Rodrigo Torres, Sandro Sant’na, Celso José e Walgrene Agra
Registro de imagens: Felipe Santos
Contrarregra: Josi Rodrigues
Coordenação de produção: Rodrigo Torres
Produção executiva: Celso José
Assistência de produção: Josi Rodrigues, Maria Dias e Walgrene Agra

trupe faz itinerância por oito municípios, comunidade quilombola ou distritos em Pernambuco

trupe faz itinerância por oito municípios, comunidade quilombola ou distritos em Pernambuco

Programação da Circulação Estadual Por Pernambuco (entrada franca)

Dia 16 de abril de 2016 (sábado), às 19h, no Pátio de Eventos Cacau do Banco, em São José do Belmonte;

Dia 17 de abril de 2016 (domingo), às 17h, no Pátio de Eventos Maestro Madureira, em Triunfo;

Dia 30 de abril de 2016, às 17h, no Largo da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, na Comunidade Quilombola Timbó, em Garanhuns;

Dia 1º de maio de 2016, às 17h, na Praça Estácio Coimbra (Praça da Fonte), em São Caetano;

Dia 14 de maio de 2016, às 20h, na Quadra do Morro da Conceição, no bairro de Casa Amarela, no Recife;

Dia 15 de maio de 2016, às 17h, na Praça do Carmo, em Olinda.

Dia 21 de maio de 2016, às 20h, na Praça Abelardo Sena (Praça do Surfista), em Ribeirão;

Dia 22 de maio de 2016, às 17h, na Praça Central de Chã de Sapé, em Itaquitinga;

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Trupe Loucos e Oprimidos da Maciel celebra Salles

Carlos Salles no espetáculo Polo Marginal foto Miguel Igreja

Carlos Salles no espetáculo Polo Marginal foto Miguel Igreja

Soube da morte do ator e diretor Carlos Salles por Pedro Dias, que me marcou no Facebook. Imediatamente pensei “tão jovem”, mesmo sem saber sua idade. E tão batalhador, dedicado ao teatro popular, das ruas e dos palcos. Fiz as perguntas de sempre, como, quando, por quê? E Pedro falou que Salles era diabético. E que tinha sofrido uma parada cardíaca na quinta-feira. Foi internado na UTI do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape). E até conversou e brincou com os amigos no sábado. Mas no domingo teve nova parada e não resistiu.

Lembro-me de Carlos Salles nos festivais de teatro de rua. Acho que do Grupo Cênico Arteatro, há muitos anos. O primeiro espetáculo do grupo foi Taperoá de Ariano, em 1986, e a trupe atuou até meados dos anos 1990.

Reencontrava com ele nos eventos, ele sempre discreto, mas firmas nas suas posições, com aqueles olhos tristes, mas que sempre procurava ser divertido. E aquele pouco de gagueira desconcertava seu interlocutor.

Neste sábado, o Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel e a Cia. Macambira de Teatro comandam uma homenagem ao artista com a performance Atos Poéticos Loucos e Marginais. Está marcado para hoje às 20h, em frente à Igreja Matriz da Boa Vista (Rua da Imperatriz), local onde Salles estreou os dois espetáculos do Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel, Do Moço e do Bêbado Luna e Polo Marginal.

A missa de sétimo dia do ator e diretor será celebrada, às 18h, na mesma Matriz da Boa Vista. As apresentações serão após a missa, com trechos dos dois espetáculos. Nos quadros Minuto de Fama e Meta Bronca o público pode participar.

Na apresentação em Muribeca, sentado, de meias amarelas. Foto: Aldeia Yapoatã

Na apresentação em Muribeca, sentado, de meias amarelas. Foto: Aldeia Yapoatã


A trajetória de Salles como diretor começou em 1990, com a encenação de Valsa n° 6, de Nelson Rodrigues, que ele viria a remontar em 2011, em parceria com a Companhia Macambira de Teatro.

O foco com o Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel eram as adaptações de textos de poetas marginais pernambucanos.

Com o grupo participou da programação da segunda edição da Aldeia Yapoatan – Mostra de Artes em Jaboatão dos Guararapes, em 20 de setembro, quando apresentou O Encanto de Jaboatão dos Guararapes (ou seria Polo Marginal, o título original?!), na Associação Comunitária de Muribeca.

Esperamos que o Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel dê sequência ao trabalho do guerreiro Carlos Salles.

Com o grupo participou da segunda edição da Aldeia Yapoatan - Mostra de Artes em Jaboatão dos Guararapes, em setembro

Com o grupo participou da programação da segunda edição da Aldeia Yapoatan – Mostra de Artes em Jaboatão

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