A luta do Teatro Oficina continua

Referências aos dias atuais e uma guerra particular (que é de todo o teatro brasieiro)

Referências aos dias atuais e uma guerra particular (que é de todo o teatro brasieiro). Fotos: Ivana Moura

Nada se compara a assistir a um espetáculo do Teatro Oficina em sua sede, na rua Jaceguai, 520, no Bixiga, região central de São Paulo. Mas quem não está em Sampa vale a pena conferir Cacilda!!!! pelo site do Oficina: www.teatroficina.com.br. A transmissão é ao vivo e geralmente funciona muito bem. Essa primeira temporada foi bem curta, começou no dia 16 de agosto e termina nesta segunda-feira (2), às 19h.

O incansável Zé Celso faz o empresário Franco Zampari

O incansável Zé Celso faz o empresário Franco Zampari

O musical, que trata da vida de Cacilda Becker, está dividido em dois atos e embaralha os tempos da atuação da atriz no Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, a partir de 1949 a 1968, quando ocupa a secretaria da Comissão Estadual de Teatro e lidera manifestações contra a censura e a ditadura militar.

Com texto e direção de Zé Celso e Marcelo Drummond, o musical também incorporou a urgência dos movimentos e ações políticas não partidárias de 2013 que ganharam as ruas, criando paralelo com os protestos.

Sylvia Prado no papel de Cacilda

Sylvia Prado no papel de Cacilda

O papel de Cacilda é interpretado por Camila Mota, (época do TBC), Sylvia Prado, nas lutas de 1968, e a pernambucana Nash Laila que faz a personagem Pega-Fogo, numa mise en abyme da personagem-título.

É um pouco de história do teatro, carnavalizado, com as liberdades e a psicodelia que são marcas do grupo. Entre outras coisas, Zé Celso vive o empresário Franco Zampari, que bancou o TBC. Marcelo Drummond faz Walmor Chagas, que foi marido de Cacilda.

Camila Mota no papel de Cacilda

Camila Mota no papel de Cacilda

E o Oficina, que há mais de 50 anos luta pelo seu espaço, recebeu mais um golpe recentemente, quando o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), autorizou que fossem erguidos prédios em redor do teatro pela Sisan, do Grupo Silvio Santos.

No seu blog, Zé Celso esmiúça essa nova guerra que o Oficina enfrenta. A presidente do CONDEPHAAT Ana Lucia Lanna virou tema de rap na peça. “Em vez de defender o Teatro como seu Patrimônio Cultural faz como Feliciano na Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal e inverte seu papel ao aprovar a construção do empreendimento da Sisan, braço da especulação imobiliária do Grupo SS, que pretende simplesmente assassinar a obra de arte de Lina Bardi e a vida em plena produtividade dos 60 atuadores multimídia do Teat(r)o Oficina”. Confiram o vídeo em que Zé Celso explica o que está acontecendo e o rap:

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