Arquivo mensais:maio 2014

A curadora do Palco Giratório

Palco Giratório

Um circuito de artes cênicas que engloba 126 cidades nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Os números de dimensões continentais são do Palco Giratório, programa idealizado e bancado pelo SESC, que se revela não só um quebra-cabeças logístico, mas também um recorte significativo do que se produz em artes cênicas no Brasil. Este ano, 20 grupos, companhias e coletivos de todo o país estão no projeto. Há espetáculos do Acre, do Piauí, da Bahia, do Rio Grande do Sul. Além da circulação, também são promovidos debates ao final dos espetáculos, oficinas e rodas de conversa intituladas Pensamento Giratório. No Recife, há o festival Palco Giratório, que acontece durante todo o mês de maio, a Aldeia Velho Chico – mostra de cultura em Petrolina -, e ainda a circulação de vários espetáculos por unidades do Sesc no interior. “Nenhum grupo passa incólume no Palco Giratório”, acredita Galiana Brasil, a representante pernambucana na rede de 32 curadores que idealizam essa programação do Palco anualmente. Conversamos com a atriz, professora e gestora cultural sobre como se dá esse processo de escolha, a participação dos artistas pernambucanos no projeto e a força do programa como política cultural.

Galiana Brasil. Foto: Renata Pires

Galiana Brasil. Foto: Renata Pires

Entrevista // Galiana Brasil

Como foi o processo de escolha dos espetáculos para a circulação nacional este ano? Podemos dizer que alguma linguagem se destacou?
O processo é, via de regra, marcado pelo atrito, pelo debate caloroso. É sempre assim, por conta da escolha do SESC em apostar no seu corpo técnico. Vez por outra surge alguém (desavisado) que propõe a criação de um edital. De fato, seria menos complexo, mas a maioria dos técnicos do SESC – principalmente aqueles que tiveram a chance de ver esse processo nascer-, criou gosto pela coisa. É outra política, outra prática discursiva. Todo artista que se submete aos processos seletivos, via editais, conhece o gosto amargo da burocracia, ver um projeto ser excluído por conta da ausência de uma, entre dezenas de assinaturas, uma certidão negativa vencida. Acho muito importante numa época assim existir alguma forma diferente de praticar política cultural. Ademais, é um paradoxo tão significativo uma instituição extremamente burocrática, como o SESC, investir num corpo curatorial de técnicos. Dá muito mais trabalho para quem seleciona, acredite, mas, para quem não está ali de forma burocrática, apática, é um exercício político sofisticado, um espaço de aprendizado incrível. Quanto aos “destaques”, penso que mais que algum gênero, a grande força foi a da diversidade geográfica, a resposta à lógica perversa da hegemonia das regiões Sul/Sudeste. Este ano tivemos grupos oriundos de diferentes estados do Nordeste – Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia, Piauí; da região Norte há grupos do Acre, Tocantins; há o Centro-Oeste com o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul. Para quem é dado à pesquisa histórica, sugiro uma visada no catálogo do Palco Giratório, na sessão “grupos e espetáculos que passaram pelo Palco” – ali consta o registro ano a ano. A virada do projeto se deu com a criação dessa curadoria nacional, a partir da gestão compartilhada do projeto, em todas as suas fases. Como num grito de guerra, bradamos, em 2006, em meio à euforia do recorte emblemático que se deu na seleção dos grupos daquele ano, o bordão “mudamos o sotaque do Palco Giratório”, e isso se deu, porque assumimos que o Brasil não tem sotaque oficial – muito menos o teatro! Ele é múltiplo, misturado e diverso. E gostamos disso.

Conhecer as indicações feitas por cada curador e discutir essas propostas deve ser, talvez, um dos momentos mais interessantes do Palco. Será que você poderia lembrar grupos que conheceu, ou teve mais informações, através dessas discussões, e que te marcaram, te surpreenderam, ou continuam fazendo coisas interessantes até hoje?
As indicações acontecem em um processo que antecede o encontro presencial que chamamos de “Análise Prévia”. É quando cada representante dos estados indica até cinco grupos/espetáculos, que podem ser de qualquer lugar do Brasil – ou seja, o curador não está limitado a indicar espetáculos apenas de seu estado, contanto que ele tenha visto o trabalho presencialmente, pois essa é condição primeira para uma indicação. Até o ano passado, esses espetáculos eram distribuídos para todos os curadores em vídeos, e suas informações em cds (também projetos, folders e clippings impressos) que deveriam ser previamente analisadas antes do encontro nacional. A partir deste ano, inauguramos uma ferramenta virtual, e a análise prévia se dará a partir desse canal. Quando nos reunimos para o encontro de curadoria – que dura cerca de dez dias -, já assistimos quase tudo em vídeo, mas sabemos o quanto se perde assistindo teatro em vídeo, por isso que a “defesa” de quem está indicando pesa muito, é o que define a aposta coletiva. Daí o SESC investir na ida de grupos de curadores a diversos festivais ao longo do ano, para que mais gente possa assistir aos trabalhos que estarão circulando nas indicações. Por isso também nosso investimento, aqui no SESC Pernambuco, em trazer curadores dessa rede para o Janeiro de Grandes Espetáculos – para que conheçam a produção pernambucana; daí também assistirmos, durante o encontro, a uma média de 08 a 10 espetáculos presencialmente. Só nesse processo, de análise prévia, com média de oitenta trabalhos de todos os cantos do país, temos acesso a uma cartografia de grupos luxuosa. Eu sempre soube da potência dos grupos em São Paulo, por exemplo, mas foi nessa curadoria que conheci a força do teatro catarinense. Ano passado fui chamada para participar da comissão de seleção de um prêmio estadual do governo de Santa Catarina e fiquei perplexa: simplesmente conhecia quase toda a produção que estava concorrendo e é conseqüência, exclusivamente, da minha ação junto ao Palco Giratório. Porque o edital era estadual, então, além dos grupos de Florianópolis, havia muitos grupos do interior e eu reconheci inúmeros trabalhos, grupos de Chapecó, Criciúma, Jaraguá do Sul.

Qual a força do Palco para a trajetória de um grupo? Quais exemplos poderíamos dar?
Penso que nenhum grupo passa incólume no Palco Giratório. Ou ele potencializará sua energia criadora – inferindo mudanças, inspirando criações, friccionando as relações pessoais, ou ele revelará suas mais profundas fragilidades – inferindo mudanças, friccionando as relações pessoais… Porque o contato humano é por demais intensificado. São contatos com diversos públicos, de forma quase ininterrupta. O grupo se apresenta e já senta pra uma roda de bate-papo. No dia seguinte, provavelmente terá uma oficina, um pensamento giratório, ou seja, mais contato com outros públicos, com os artistas locais, e depois o grupo entra numa esfera de convivência tão intensa que, de alguma forma, gera algum estranhamento. A privacidade nesse circuito é quase zero. Por conta dos custos do projeto, as hospedagens precisam ser coletivas (duplos ou triplos), com algumas exceções devido à condição física, ou limitações de saúde, obviamente. Vi um grupo cuiabano recém criado, cheio de som e fúria, chegar de forma estrondosa, com um trabalho lindo apresentado na mostra Cariri e, no ano seguinte, ganhar o Brasil pelo Palco Giratório. Não resistiu e acabou junto com a circulação. Sempre digo isso aos grupos selecionados, porque tem gente que fantasia. É muita transpiração, não há glamour. O Sesc não é a CVC e o Palco não é a Rede Globo, não é uma viagem de férias e muito menos um circuito de estrelas. De vez em quando, entram uns coletivos meio “desavisados”, às vezes é um diretor, um técnico. Lembro que, há alguns anos, no Festival Palco Giratório de Fortaleza, uma coreógrafa queria cobrar cachê quando soube que o projeto previa um bate-papo após cada apresentação. Antigamente, eu ficava pra morrer, hoje acho até engraçado! Porque, no primeiro “choque de realidade” – e ele vai se dar, afinal, estamos no Brasil -, ou a pessoa se transforma, ou “pede pra sair”. Tempos atrás, um artista questionou a acomodação de um hotel, argumentando que não estava à altura de um “doutor da USP”. A gente ainda escuta coisas desse tipo. E olha que é mais que sabido o perfil de grupo que interessa a esse projeto. Mas, afinal, trabalhamos com o humano, e também nos equivocamos, temos, em todas as esferas, muito o que aprender. Lembrei de um grupo que se desfez depois da circulação, gostaria de ressaltar aqui outros que, durante a circulação, tiveram inspiração para novos trabalhos, entraram em gestação durante o projeto – como o Pedras, do Rio de Janeiro, que teve inspiração para o Mangiare, a partir da diversidade de sabores que experimentaram enquanto cruzavam o Brasil; e a cia. Munguzá, que circulou ano passado com o Luis Antonio Gabriela e também ficou bastante contaminada para nova cria… vamos aguardar o que vem por aí.

Muitos curadores já conheciam o trabalho Viúva, porém honesta, do Magiluth. Foto: Renata Pires

Muitos curadores já conheciam o trabalho Viúva, porém honesta, do Magiluth. Foto: Renata Pires

Quais os argumentos utilizados para a defesa do Magiluth e do Peleja, grupos que representam Pernambuco na circulação nacional este ano? Como foi a recepção dos outros curadores?
São dois grupos completamente diferentes do ponto de vista funcional e de suas linguagens poéticas. Fato que somou muito para o retrato final dos grupos dessa seleção 2014 e que revelou uma diversidade de trabalho de grupo bastante significativa da produção pernambucana. O Magiluth vinha de um ano de bastante exposição, o que ajudou muito, pois muitos curadores tinham assistido a mais de um trabalho deles, tanto na semana de curadores do Janeiro de Grandes Espetáculos 2013, como numa curta temporada que fizeram no Rio de Janeiro. A leitura deles do Viúva, porém honesta foi o grande trunfo, a abordagem libertadora, a coragem de assumir os “erros”, os desvios. A confusão ordenada na poética do caos despertou, nas pessoas, uma possibilidade de ver Nelson trabalhado de uma forma diferente, o que gerou a vontade de ver esse grupo desafiado em outras praças, medir seu fôlego em uma circulação de grandes contrastes como é o Palco Giratório. Uma aposta na irreverência planejada. O grupo Peleja tem todo o “perfil” para o projeto – o que nem sempre quer dizer muita coisa, visto que a quantidade de grupos com qualidade de trabalho é sempre maior do que o projeto pode abarcar-, porque tem um trabalho de pesquisa de linguagem obsessivo, persistente, não “atira para todos os lados”, não trabalha por edital, como tantos coletivos da atualidade. Venho acompanhando o trabalho deles há um certo tempo, as possibilidades de ação formativa são extremamente relevantes, necessárias ao projeto. Cada artista tem sua pesquisa individual e isso é posto à prova. Já vi o grupo em apresentações, já vi seus artistas em mesas de discussão, ministrando oficinas e a forma com que encaram o ofício é digna de nota. Penso que contribuirão bastante tanto para o crescimento da cena como para o fortalecimento das relações éticas intrínsecas a um projeto dessa monta.

Gaiola de moscas, do grupo Peleja, está circulando pelo país. Foto: Pollyanna Diniz

Gaiola de moscas, do grupo Peleja, está circulando pelo país. Foto: Pollyanna Diniz

Como você seleciona essas indicações aqui em Pernambuco? Existe uma “pressão” dos grupos? Como é o relacionamento com eles? Você tenta assistir a tudo? Algum grupo já ficou “na agulha” ou na “repescagem” desde o ano passado? Já tem uma ideia do que vai levar este ano para a roda de debates?
Sim, houve grupos que foram selecionados, mas ficaram no stand-by, no caso de alguma desistência/impossibilidade de algum dos grupos, assim como houve grupos que entraram depois de mais de um ano de defesa. Às vezes, não é o momento, tem que saber recuar, tem que saber se vale a pena repetir a indicação. Tem que entender quando não dá mais. É um jogo, há que se conceber estratégias. A seleção é processual. Antes de tudo, entendo que todo grupo queira participar de um projeto como o Palco Giratório, mas não acredito em grupo que faça trabalho para o Palco Giratório. Enxergado por essa lente o projeto fica muito menor. É ele quem está a serviço do teatro, o teatro é muito maior. Às vezes, vejo que o grupo tem potencial e fico observando, acompanhando a postura, a atuação, o repertório. Mas tem uma questão delicada que se impõe: não existe o ofício de curador no quadro de SESC, de nenhum SESC do Brasil. Com exceção de São Paulo, que envia os técnicos (principalmente para fora do país) para festivais e mostras o ano inteiro – independentemente do Palco Giratório, em que eles passaram a trabalhar um dia desses-, com o intuito de identificar, negociar e trazer grupos, todos nosotros somos estimulados a acompanhar a programação cênica de nosso estado como “mais uma atribuição” do cargo – de técnico de cultura, de gerente de cultura, de assessor de teatro, ou de Professor de Teatro, como é o meu caso hoje, no SESC – PE. Não há uma gratificação ou algum acréscimo salarial. Porque, sabemos, o papel do curador, sua função na contemporaneidade, é algo relativamente novo, que vem sendo bastante debatido e, dentro do SESC, é um processo inaugural. Penso que temos crescido muito, conseguido um espaço de discussão e de escuta privilegiado na instituição, temos alcançado ganhos importantes, como um suporte financeiro para compra de ingressos de espetáculos de teatro e dança, ou o acompanhamento a festivais nacionais de grande relevância, ao menos uma vez por ano. Mas ainda não é o suficiente para estar na obrigação de acompanhar toda a programação do estado. Temos uma gama de serviços e ações práticas e burocráticas ligadas a diversas outras ações de que precisamos dar conta. Toda a análise prévia dos espetáculos do palco, eu faço na minha casa, durante as noites, nos fins de semana, e essa super hora extra não é computada, não faz parte de minha carga de trabalho no SESC, que comporta 40 horas semanais, das 8h da manhã às 17h, de segunda a sexta-feira. Quem está em temporada nesse horário?

Como você avalia a força do Palco pelo país? Pergunto isso porque aqui em Pernambuco, sabemos o quão importante é o projeto. Mas quando converso, por exemplo, com amigos de Belo Horizonte ou Curitiba, é como se o Palco não fosse tão significativo. Você acha que isso tem a ver com a relação dos festivais específicos de cada cidade?
Acho que quase nada no Brasil se efetiva de forma homogênea. Ainda bem, não? O projeto tem papel, força e impacto completamente diverso em cada praça. Existe há 17 anos, e, no início, era composto por cinco ou seis estados que, junto ao Departamento Nacional, aderiram ao projeto. Literalmente “compraram” a ideia, pois aderir significa repartir os custos. Pernambuco está nisso desde o primeiro ano. Todas essas cidades que você mencionou, pertencem a estados que entraram anos depois (há menos de 4 anos). Os Departamentos Regionais do SESC, em todo o Brasil, trabalham com o princípio de autonomia de gestão. E quanto mais construção e menos imposição, tanto melhor. Ressalte-se o poder de sedução do projeto que hoje, no ano de 2014, arrebanhou todos os estados para, juntos, trabalharem na composição desse caleidoscópio transgressor.

O que norteou a escolha dos espetáculos convidados para o festival deste ano?
Além da seleção de representantes da curadoria nacional que assistiram à semana de curadores no Janeiro de Grandes Espetáculos, houve um recorte curatorial defendido por técnicos do Sesc de Casa Amarela, Santa Rita, Piedade e Santo Amaro – a partir de trabalhos que participaram de mostras e projetos do Sesc-PE-, além de grupos que sabíamos estar em processo conclusivo e convidamos para estrear o espetáculo no festival.

Odília Nunes, que ano passado participou da circulação do Palco com a Duas Companhias, estreou Cordelina. Foto: Pollyanna Diniz

Odília Nunes, que ano passado participou da circulação do Palco com a Duas Companhias, estreou Cordelina. Foto: Pollyanna Diniz

Sentimos que a programação este ano está menor em número. Apesar de a qualidade do festival não ser medida absolutamente por números, o que aconteceu de fato? Tivemos menos dinheiro? Porque ações como a Cena Bacante e a Gastrô não vão acontecer?
O Palco Giratório é um projeto (um dentre centenas) financiado integralmente pelo SESC, gerido pela instituição até quando ela entender que ele é importante, necessário. Minha opinião quanto a isso importa bem pouco, eu procuro sempre seguir as diretrizes da instituição, e estou subordinada a gerências e direções, em âmbito regional (jargão do SESC para nos referirmos à administração nos estados) e nacional. Ações como as que você citou foram criações exclusivamente nossas. A Cena Bacante foi inspirada no “Horário Maldito”, que acontecia a partir da meia-noite, na mostra Cariri (CE). Já a Gastrô, uma tentativa minha de criar novos públicos para o festival, de explorar as possibilidades poéticas e seu diálogo com os sentidos, além de aproximar os criadores da gastronomia – arte que pessoalmente admiro bastante-, dos criadores da cena. O percurso de sair do teatro para comer – geralmente em grupo-, é uma ação habitual que pode ser encarada como ritualística. Afinal, e se os pratos, o vinho, o doce, também tivessem relação com a cena? Eu sonhei em ver isso potencializado. Então, essas ações (assim como o Jornal Ponte Giratória, a Cena Fotô), foram criações nossas, e têm um custo significativo que não faz parte da esfera cênica, habitual do projeto.

De que forma você pensa o Palco nos próximos anos?
Eu espero que ele continue, porque ainda se faz muito necessário.

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Mental disorder

O silêncio e o caos. Foto: Renata Pires

O silêncio e o caos. Foto: Renata Pires

O performer Dielson Pessôa

O performer Dielson Pessôa

O silêncio e o caos

Dielson provoca interação com o espectador

Palco Giratório

O olho, o gesticular dos dedos e da cabeça, o movimento desordenado que se irradia por todo o corpo. Dielson Pessôa é um louco, um desajustado passando por um surto psicótico, no solo O silêncio e o caos, que estreou ontem (28), no Teatro Marco Camarotti, dentro da programação do Palco Giratório.

O corpo parece não encontrar o equilíbrio e vai se quebrando diante dos espectadores ao som da potência da música de Renato da Mata (A trilha é, na realidade, de AD Ferreira. A ficha técnica divulgada no catálogo do Palco está errada!). O performer provoca a “normalidade” e nos coloca quase como espectadores de uma experiência científica, acompanhando os passos de um rato de laboratório que pode nos desconsertar pela capacidade de expor o que nos dá repulsa. Os dedos lambidos, o olhar que amedronta, a presença que se instaura independentemente das barreiras.

O espaço limitado pelas pessoas é quebrado pela “invasão” de Dielson. Algumas vezes, ele apenas passa ao lado se exibindo ao espetáculo da apreciação; mas é muito mais provocador quando chega perto, quando parece que vai encostar ou realmente toca o público. Sempre com um olhar perturbador, na iminência de uma ação que pode não nos deixar intactos. Que certamente não nos deixa.

Noutro momento do espetáculo, o próprio performer coloca os ganchos das cordas no figurino. Como se estivesse atando-as ao corpo. A camisa de forças reprime, a música clássica se mistura à eletrônica, a potência da loucura na arte se irradia. Mas essa loucura é vista como prisão; com um peso que o personagem não consegue carregar.

Quais são os limites entre a sobriedade e a loucura? A linha parece muito tênue; como se todos, em algum momento da vida, estivéssemos a um passo do transtorno mental. A loucura, aliás, é medida em relação a uma dita normalidade, definida por padrões sociais, humanos. Escrevendo para a Cult de outubro do ano passado, o psicanalista, psiquiatra e professor Mário Eduardo Costa Pereira fala sobre os manuais de diagnóstico psiquiátricos. “É interessante observar que apesar de se servirem decisivamente da noção de ‘mental disorder‘ (transtorno mental), definida de maneira pragmática, nenhuma edição do DSM (Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, da Associação Psiquiátrica Norte-Americana) preocupou-se em delinear a ‘order‘ face à qual determinado comportamento ou estado mental constituiria uma ‘disorder‘.”

Em O silêncio e o caos, ainda são os estereótipos do que conhecemos como loucos, as características externas, o olhar, o gesto, a inquietude, que denunciam o que virá na cena – é fato que essa não se limita a tais parâmetros, se expande, toma força. Mas de que forma esses conceitos pré-estabelecidos (ou seriam mesmo características intrínsecas ao transtorno mental, das quais o espetáculo não poderia fugir?) são desestabilizados pela obra de arte?

Outra questão diz respeito à loucura como detonadora de potências, como o estopim da sensação de liberdade, mesmo que falsa, mesmo que esse conceito de liberdade possa ser bastante discutido. Quando o surto se instaura, não agimos mais de acordo com regras e convenções. Mesmo assim, não há o ensaio dessa liberdade no solo, mas sempre o aprisionamento, a angústia, a opressão sem escapatória.

Dielson Pessôa é um pernambucano de 29 anos que dançou por oito na Cia de Dança Deborah Colker e passou ainda pelo Balé da Cidade de São Paulo. Em 2007, ganhou o prêmio de melhor bailarino pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). A presença efetiva de Dielson em cena é o que mais se sobressai no espetáculo: o seu domínio do discurso que se reflete no corpo, em conseguir que o outro entenda esse universo, mesmo que ele seja tão particular, tão impenetrável. Dielson expôs a sua própria bipolaridade, mas não fez do espaço cênico local de terapia. Transformou a experiência e o conhecimento em obra de arte – e, por isso mesmo, capaz de nos levantar tantos questionamentos, de nos fazer querer discutir sobre.

O encontro entre Dielson e Maria Paula Costa Rêgo, que assina a direção do espetáculo, é provocador. Não tem como deixar de lembrar que, ano passado, Maria também ganhou um APCA por seu solo Terra. Os dois são criadores capazes de friccionar as próprias certezas, de brincar com as possibilidades do corpo, da cena, da mensagem.

Além da música de Renato da Mata AD Ferreira, também se mostra fundamental para a dramaturgia que se estabelece a iluminação de Jathyles Miranda – como ele conseguiu compreender e traduzir em luz a movimentação de Dielson em cena. É de uma beleza que desconcerta, ao chegar com tanta definição somente ao local desejado, ao se espalhar como sangue ou se incorporar ao cenário de Dantas Suassuna. O figurino, que também se mostra um elemento dramatúrgico, tem a assinatura de Gustavo Silvestre.

Em O silêncio e o caos a intensidade é a da loucura. Da eletricidade que percorre não só o corpo, mas principalmente a mente. Que desestabiliza e nos tira as certezas. Loucura que é como a própria arte – provocadora, inquietante, instável. E mesmo quando as luzes acendem, as palmas ecoam e o espaço começa a ficar vazio, é difícil retomar o ritmo da “normalidade”. Não faz mal. Talvez ela nem exista mesmo – seja na arte ou na própria vida.

Performer se relaciona com alguns espectadores de forma direta

Performer se relaciona com alguns espectadores de forma pessoal

Música é de Renato da Mata e iluminação de Jathyles Miranda

Música é de Renato da Mata AD Ferreira e iluminação de Jathyles Miranda

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Rumos Itaú Cultural aprova 104 projetos

Coletiva de imprensa anunciou resultado do Rumos Itaú Cultural. Foto: Ivson

Coletiva de imprensa anunciou resultado do Rumos Itaú Cultural. Foto: Ivson Miranda

Saiu esta manhã (26) o resultado do programa Rumos Itaú Cultural. Completando 16 edições, ano passado o edital foi inovador: não havia separações entre linguagens. Pelo contrário, a ideia era incorporar o dado que a arte contemporânea está quebrando barreiras, que não há limites estanques para o processo criativo.

Além disso, tanto o modelo burocrático de inscrição dos editais públicos, já que o edital propôs perguntas aos artistas ao invés das formais justificas e apresentações, quanto de escolha, feita por comissões interdisciplinares, foram friccionados.

O programa contemplou 104 projetos, dentro de um universo de 15.120 inscritos. De Pernambuco, quatro ideias foram escolhidas, mas nenhuma delas engloba artes cênicas.

No cenário nacional, entre os projetos especificamente voltados para o teatro, está o do grupo Ser Tão Teatro, da Paraíba, que prevê articulação, circulação de repertório, documentação, formação, oficinas, seminários, encontros, pesquisa e crítica.

A sede da companhia, no Largo da Igreja Frei Pedro Gonçalves, no Centro Histórico de João Pessoa, foi assaltada no último mês de março, durante o carnaval. Foram roubados desde computador e violão, até o bebedouro. “O grupo é um exemplo de excelência artística e de realizações na cidade. Eles mantêm, por exemplo, uma mostra de teatro de grupo na cidade. Tinha notícia sobre o assalto à sede recém criada do grupo, pelas redes sociais, e o projeto tinha algumas rubricas referentes a aquisições estruturais. Poucos projetos tinham essa rubrica e ele tinha essa especificidade. O histórico, o diálogo do grupo com a comunidade, com o entorno, tudo isso contou. Outro grupo muito importante na Paraíba é o Piollin e o Ser Tão já é de outra geração”, explicou Valmir Santos, crítico de teatro e um dos integrantes da comissão de seleção.

Espetáculo Flor de Macambira, do Ser Tão Teatro, da Paraíba, grupo contemplado no Rumos. Foto: Anderson Silva

Espetáculo Flor de Macambira, do Ser Tão Teatro, da Paraíba, grupo contemplado no Rumos. Foto: Anderson Silva

O grupo Clowns de Shakespeare, de Natal, também aprovou um projeto, segundo a sinopse, “uma ação continuada com um ano de duração, que tem como principal objetivo a construção de um projeto organizacional e pedagógico de uma escola livre de teatro dos Clowns de Shakespeare. A partir de três pilares: residências, seminários e elaboração de projeto, busca-se associar a prática e o pensamento do grupo a um projeto de escola que tenha como pilar a formação de um pensamento de teatro de pesquisa e de grupo”.

“É uma honra estar entre os contemplados de um edital que teve 15 mil inscritos. Esse edital revelou a deficiência e a carência do setor artístico no Brasil e, ao mesmo tempo, a inteligência do Itaú Cultural em um formato tão aberto e simples, que instigou tanta gente a se inscrever. Para nós, acredito que seja a inauguração de um novo momento na história do grupo. O projeto vai possibilitar as residências com coletivos latino-americanos que desenvolvem laboratórios, assim como experiências pedagógicas que nos interessam aqui no Brasil para, a partir daí, compormos uma equipe de pensadores e fazedores teatrais para elaborar um projeto pedagógico e gerencial para o piloto da nossa Escola Livre de Teatro. Há muitos anos estamos flertando com esses dois universos, o do teatro latino-americano, e da nossa escola livre. Agora, temos uma oportunidade concreta de começar a colocá-los em prática”, explicou Fernando Yamamoto, diretor do Clowns de Shakespeare. O grupo de Natal, aliás, está trabalhando no processo de montagem de Nuestra Señora de las Nubes, que já faz parte da pesquisa envolvendo a América Latina.

Montagem de Nuestra Señora de las Nubes faz parte da pesquisa do Clowns de Shakespeare sobre a América Latina. Foto: divulgação

Montagem de Nuestra Señora de las Nubes faz parte da pesquisa do Clowns de Shakespeare sobre a América Latina. Foto: divulgação

Na área de crítica teatral, a revista eletrônica Questão de Crítica aprovou o 3º Encontro Questão de crítica, que deve ampliar os debates incluindo dramaturgia, encenação e ainda agregar exposição de pesquisas, um minicurso de crítica e o lançamento de cinco textos de dramaturgia. “É um alívio perceber que pelo menos uma instituição que patrocina cultura no Brasil está interessada na reflexão crítica sobre teatro. A Questão de Crítica acontece há mais de seis anos sem patrocínio e muita gente não conhece ou não entende o que a gente faz. É um projeto alienígena no Rio de Janeiro. O Encontro Questão de Crítica é uma oportunidade de reunião presencial com gente de fora da cidade e com pessoas que têm um interesse comum: o teatro de pesquisa de linguagem. Para além do patrocínio, ser selecionado em um edital da dimensão do Rumos é um prestígio e uma sinalização de que o nosso trabalho tem valor. Não recebemos esse retorno no dia a dia. E eu sempre questiono se estamos fazendo um trabalho relevante. Ganhar esse edital é como ouvir um grande ‘sim'”, comemora Daniele Avila Small, editora da revista eletrônica Questão de crítica.

Revista eletrônica aprovou realização do 3º Encontro Questão de crítica. Foto: divulgação

Revista eletrônica aprovou realização do 3º Encontro Questão de crítica. Foto: divulgação

O próximo edital do Rumos será divulgado em 2015. O modelo, a forma e os parâmetros ainda não estão definidos.

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PROJETOS CONTEMPLADOS | RUMOS 2014 | ITAÚ CULTURAL

1. Acampamento Provisório I
PROD.ART.BR
Oficinas, seminários, encontros e similares / Produção de obra / Publicação / Residência
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O projeto dá continuidade à pesquisa da Cia Teatral Ueinzz. Acampamento Provisório I se desenvolverá a partir da instalação da Cianum espaço da cidade de são Paulo pelo período de 01 ano para desenvolvimento de múltiplas atividades pelo grupo e seus parceiros.

2. Acervo Lucio Costa
CLC
Circulação de repertório / Documentação / Finalização de projetos / Pesquisa)
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Organização da documentação remanescente do acervo pessoal do arquiteto Lucio Costa (1902-1998), iniciado em dezembro de 2004. O material traz profusão de papéis que Lucio Costa deixou no apartamento em que morou de 1940 a 1998.

3. Agora eu posso ver!
TROPA TRUPE
Finalização de projetos
BRASIL / RIO GRANDE DO NORTE / NATAL
As técnicas circenses da cia potiguar se unem ao trabalho dramatúrgico da cia argentina de comediantes, SinPulgares para a criação de A lenda do trapezista cego. O Rumos dá apoio à Tropa Trupe para ascender ao cenário internacional do circo contemporâneo.

4. AISTHESIS
GISELLE RODRIGUES DE BRITO
Oficinas, seminários, encontros e similares / Pesquisa
BRASIL / DISTRITO FEDERAL / BRASÍLIA
O projeto objetiva investigar e estabelecer princípios de processo criativo envolvendo dança, teatro e performance tendo como base os conceitos de Aisthesis. Envolverá um encontro inédito de cinco criadores intérpretes da cena do Distrito Federal criando um espaço de afetação mútua buscando novas reflexões e metodologias de criação.

5. Almofada de Penas
JOSEPH SPECKER NYS
Produção de obra
BRASIL / SANTA CATARINA / FLORIANÓPOLIS
Projeto de curta metragem de animação stop motion para adultos. O roteiro adapta um conto do uruguaio Horacio Quiroga, contista do sombrio que é comparado a Edgar Allan Poe. O foco da linguagem é gerar um suspense sobrenatural. O filme faz uso de bonecos, que contarão com sistemas especiais para garantir a expressividade, como armações de aço inox com sistemas mecânicos de articulação dentro dos corpos e possibilidade de troca de bocas e sobrancelhas, através de um processo que mistura o artesanal com as tecnologias de modelagem.

6. As Aventuras de Pistolino
LUÍS GUSTAVO FERRAZ RODRIGUES
Produção de obra
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
O filme será um documentário sobre a vida e obra de Jair Rangel de Souza, um paranaense que mora em Porto Velho (RO), e dá vida ao palhaço Pistolino nos filmes que ele mesmo realiza. Com uma câmera obsoleta, ele cria um cinema mudo em preto e branco já há quase vinte anos, e seu personagem é uma mistura de Chaplin e Jeca Tatu, e já está presente no imaginário de parte das pessoas da cidade. O filme biográfico acompanhará a realização do próximo curta-metragem de Jair – “Pistolino e o Lobisomem Mineiro”, entremeado por depoimentos arquivos de acervo.

7. Até o Caminho
TOKYO FILMES
Produção de obra
BRASIL / RIO GRANDE DO SUL / PORTO ALEGRE
Projeto de longa metragem de ficção, já premiado em programas de desenvolvimento de roteiro (Porto Alegre em 2011, Belo Horizonte em 2012 e Buenos Aires em 2013). O filme conta a história de Francis, um jovem que se isola em uma cachoeira abandonada no sul do país. Incomodado com os turistas, passa a atirar com um rifle nos carros que passam na estrada.

8. A visão dos vencidos
AROEIRA
Documentação / Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O objetivo do projeto é recuperar, copiar e disponibilizar o material em vídeo que Andrea Tonacci captou em seu A Visão dos Vencidos – registros feitos em comunidades indígenas nos anos 1979 e 1980, como na comunidade Guarani Ñandeva, que fica em Palhereiros, São Paulo, no Brasil, além de outros países, a exemplo do Canadá, Estados Unidos, México, Guatemala e Peru. São cerca de 70 fitas de vídeo portátil de ½ polegada de registro, já testadas pela equipe proponente em um laboratório nos Estados Unidos. O material demanda um grande trabalho de restauro e preservação. As cópias digitalizadas ficarão disponíveis a pesquisadores na Cinemateca Brasileira.

9. Bonecas Quebradas
BONECAS QUEBRADAS PRODUÇÕES ARTÍSTICAS LTDA
Produção de obra
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Projeto teatral de criação coletiva de intercâmbio artístico Brasil-México para montagem e apresentações do espetáculo de teatro performativo BONECAS QUEBRADAS, a pesquisa parte do conceito de cuerpo roto, desenvolvido por Ileana Diéguez, dramaturgista do presente projeto, e da referência cenográfica da Isla de LasMuñecas, na Ciudad del México, para discutir corpo e violência.

10. BULAS – Descritivo de montagem de toda a obra de Nuno Ramos
NUNO ALVARES PESSOA DE ALMEIDA RAMOS
Circulação de repertório/ Documentação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Publicação
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
Criar descritivos e manuais de produção para 74 obras de Nuno Ramos, feitas ao longo de sua carreira, de forma a torná-las passíveis de montagem sem qualquer participação direta do artista. Com isto, estas obras teriam sua sobrevida garantida, já que poderiam ser refeitas a partir de especificações técnicas precisas (desenhos arquitetônicos, textos descritivos e levantamento de material de apoio das montagens originais e memória).

11. Burla: divergências, contrastes e outros carnavais
GIORGIA BARBOSA DA CONCEIÇÃO SAIDEL
Articulação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Produção de obra/ Residência
BRASIL / PARANÁ / SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
O projeto reúne Henrique Saidel (Brasil), Mariana Bley (Brasil), Julie Atlas Muz (Estados Unidos), Mat Fraser (Reino Unido), e participação especial de Elke Maravilha (Brasil), com o objetivo geral de analisar, articular, produzir e estimular a cena burlesca no Brasil, vinculando-a ao panorama internacional.

12. CALEIDOSCÓPIO – CURTA-METRAGEM, FICÇÃO, EM FORMATO DIGITAL
NATANAEL PORTELA DE SOUZA
Produção de obra
BRASIL / CEARÁ / TIANGUÁ
Curta-metragem de ficção com viés documental, sobre um menino que vive no sertão cearense. Um dia, sai de casa no desejo de buscar seu pai e de construir um caleidoscópio. Tudo se passa na região de Tianguá, na Chapada da Ibiapaba, zona norte do Ceará, onde vive a diretora e seus familiares.

13. CASARÃO DE IDÉIAS: UM LUGAR PARA TODAS AS ARTES
CASARÃO DE IDÉIAS
Articulação/ Documentação / Formação / Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Publicação/
Residência
BRASIL / AMAZONAS / MANAUS
O projeto visa a manutenção das atividades artísticas já realizadas à quatro anos pelo Casarão de Idéias. Entre as atividades destacam-se o V FESTIVAL MOVA-SE: SOLOS, DUOS E TRIOS;2ª edição do projeto CÊNICAS AUTORAIS; 3ª edição do projeto LUGARES QUE O DIA NÃO ME DEIXA VER e a Revista IDÉIAS EDITADAS. As quatro ações serão realizadas de junho de 2014 a junho de 2015.

14. Cd Casa Aberta
OBIXO PRODUÇÃO CULTURAL
Produção de obra
BRASIL / PARANÁ / CURITIBA
Gravação do CD Casa Aberta de Janaína Fellini.

15. CÓDIGO REVISTA – Digitalização das revistas Código
DANIEL SCANDURRA
Circulação de repertório/ Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Produção de obra/ Publicação/
Crítica
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
CÓDIGO REVISTA é o projeto de digitalização integral dos 12 números da Revista Código, que circulou entre 1974 e 1989, e também a criação de um web site que disponibilize o material catalogado de forma a facilitar pesquisas artísticas, literárias, biográficas etc. A Revista Código teve como editor o mineiro Erthos Albino de Souza (1932-2000) e o baiano Antonio Risério, e contou com a contribuição de poetas e artistas de renome, como Augusto de Campos, Décio Pignatari, Caetano Veloso, Julio Plaza, Paulo Leminski, Waly Salomão e Júlio Bressane entre outros.

16. COMO RASURAR A PAISAGEM
MAYRA MARTINS REDIN
Residência
BRASIL / RIO GRANDE DO SUL / RIO GRANDE DO SUL
O projeto propõe uma experiência de residência artística para um grupo de artistas visuais e escritores, em dois lugares diferentes do Brasil: em Tavares, no Rio Grande do Sul, e no Ateliê Rural em Cascavel, no Ceará. Serão dezenove participantes já selecionados.

17. CONEXÃO DANÇA – ENCONTRO/HABITAÇÃO
ERIVELTO VIANA PINTO
Circulação de repertório/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Residência
BRASIL / MARANHÃO / SÃO LUÍS
É um projeto de dança que acontece desde 2008 em São Luís do Maranhão, e se configura em um conjunto de ações que estimulam trocas e reflexões em torno de questões contemporâneas direcionadas para a dança e suas conexões com a performance, as artes visuais, o teatro e outras linguagens. A proposta aprovada na presente edição do Rumos consiste em habitar um casarão do centro histórico, de janeiro a dezembro de 2015, promovendo residências e intercâmbios, oficinas e apresentação de obras.

18. Construção de um observatório do impacto cultural do Brasil no exterior através das feiras internacionais do livro
MARIA CARMEN DEL VILLARINO PARDO
Pesquisa
ESPANHA / GALIZA / SANTIAGO DE COMPOSTELA
O projeto pretende construir um espaço de observação de registros sobre o Brasil e sua cultura através de análise da imprensa periódica do México e da França, onde ocorrerão dois eventos – Feria Internacional del Libro de Guadalajara e Salon du Livre de Paris – que serão estudados no decorrer de dois anos, período estimado para concluir o estudo. O resultado final será divulgado por meio de artigos e um livro digital que serão publicados.

19. Dança que ninguém quer ver
ASSOCIAÇÃO GIRA DANÇA
Produção de obra/ Residência
BRASIL / RIO GRANDE DO NORTE / NATAL
A Companhia Gira Dança tem como proposta artística ampliar o universo da dança por meio de uma linguagem própria, utilizando o conceito do corpo diferenciado como ferramenta de experiências. O projeto Dança que ninguém quer ver inclui três proposições: residência artística, elaboração/criação coletiva e circulação da obra coreográfica. A estreia da obra deve acontecer em SP.

20. Descobrindo o Acervo Musical de Octávio Dutra
GUARUJÁ PRODUÇÕES
Documentação/ Publicação
BRASIL / RIO GRANDE DO SUL / PORTO ALEGRE
Restauração, catalogação e digitalização da obra do maestro Octávio Dutra, para disponibilização pública gratuita.

21. Desenvolvimento do game “Huni Kuin: os caminhos da jibóia”
GUILHERME PINHO MENESES
Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
Proposta de desenvolvimento de jogo eletrônico que aborda a cultura do povo indígena Kaxinawá (Hu ni Kuni) a fim de possibilitar uma experiência de intercambio de conhecimentos e memórias indígenas por meio de uma nova linguagem: videogames. A proposta é propiciar uma imersão no universo Kaxinaw’, em que os jogadores possam entrar em contato com os saberes indígenas – como os cantos, grafismos, histórias, mitos e rituais deste povo – possibilitando uma circulação destes conhecimentos por uma rede mais ampla, entre indígenas e não indígenas.

22. Diário de férias
JULIANA SERFATY
Circulação de repertório/ Desenvolvimento de produto/ Pesquisa/ Produção de obra
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
O objetivo do projeto é tecer um processo criativo com 04 jovens moradores da favela Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. As linguagens utilizadas serão de texto e vídeo, com as quais os jovens representarão elementos de seus cotidianos. Um blog será alimentado constantemente com os fragmentos produzidos. Alguns dispositivos de criação já estão descritos no projeto, como captar ruídos do ambiente em que vivem e registrar rituais ou celebrações.

23. Dispositivo Móvel para Ações Compartilhadas
VFILMES BH
Articulação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Produção de obra/ Residência
BRASIL / MINAS GERAIS / BELO HORIZONTE
O projeto visa a construção, a partir da reutilização de materiais descartados, de um equipamento cultural móvel e à realização de uma convocatória aberta para artistas, designers ou arquitetos, a partir de
residência na sede do J.A.C.A (Jardim Canadá Centro de Arte e Tecnologia) para desenvolverem projetos colaborativos que utilizem o equipamento. A proposta é que, neste primeiro momento, o dispositivo circule em locais públicos da região metropolitana de Belo Horizonte, e que seja transformado e readaptado para as especificidades e demandas de cada ação ou intervenção artística, promovendo a apropriação dos vazios da cidade e o convívio entre as pessoas que moram e circulam nas bordas urbanas.

24. ECOM – ESCOLA DE CINEMA OLHARES DA MARÉ
ASSOCIAÇÃO REDES DE DESENVOLVIMENTO DA MARÉ – REDES DA MARÉ
Circulação de repertório/ Desenvolvimento de produto/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e
similares/ Produção de obra/ Publicação
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Projeto de escola livre de cinema desenvolvido pela comunidade da maré, que irá acontecer na própria maré, com duração de 18 meses, a graduação do curso será o desenvolvimento e produção de um festival de cinema. Escola livre de cinema para um grupo de 50 jovens e adultos da Favela da Maré, com o objetivo de que no período de 18 meses sejam produzidos documentários de curtas-metragens a partir da proposta de autorepresentação. Também serão utilizados como suporte para a realização dos filmes cinco livros publicados pela instituição Complexo de Favelas da Maré. O projeto prevê também a realização de um festival para a exibição dos trabalhos finais.

25. El redescubrimiento de América Latina
ILSOM CAVALCANTI DA SILVA BARROS
Circulação de repertório/ Documentação/ Pesquisa
BRASIL / PARAÍBA / JOÃO PESSOA
Incursão musical e registro da viagem de carro da banda Zefirina-Bomba pelo Brasil, a partir de João
Pessoa (PB) e alguns países da América Latina.

26. Ela Volta na Quinta
FINALIZAÇÃO / FILMES DE PLÁSTICO
Finalização de projetos
BRASIL / MINAS GERAIS / BELO HORIZONTE
Projeto de finalização e distribuição de longa-metragem ficcional sobre a vida de uma família que habita a periferia de Belo Horizonte. O diretor, estreante, dirigiu seus próprios pais nas situações da família fictícia.

27. Experimentos em Animação
JOÃO ANGELINI MOTA CAMPOS
Produção de obra
BRASIL / DISTRITO FEDERAL / BRASÍLIA
Experimentos em Animação consiste em uma série de pesquisas poéticas, tecnológicas e de linguagem que exploram as possibilidades na construção de trabalhos artísticos através da manipulação, experimentação, exposição e alteração do que considero ser a matéria da imagem em movimento ou sua menor unidade: as imagens sequenciais congeladas. Essas imagens congeladas e os trabalhos que venho produzindo também são o foco da reflexão teórica que desenvolvo atualmente no Mestrado em Arte e Tecnologia na UnB.

28. FESTIVAL COMIDA DE FAVELA
SHIRLEY DA LUZ VILLELA
Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Comida de Favela é um festival gastronômico que pretende consolidar a identidade gastronômica e cultural das favelas cariocas, partindo da Maré, através da valorização da culinária tradicional e da criatividade de pratos locais. O festival irá premiar estabelecimentos formais e informais, existentes entre as 16 comunidades que formam a Maré e atuam no ramo da gastronomia. A intenção é resgatar a culinária local, contribuindo para incrementar novas iniciativas e consolidar as já existentes.

29. Gravação do CD “Mama Kalunga”, novo trabalho de Virgínia Rodrigues
ANAMARIA DOMINGUES DE GOUVÊA
Circulação de repertório/ Produção de obra
BRASIL / BAHIA / SALVADOR
Gravação do CD e apresentação de Virgínia Rodrigues.

30. Guerrilheiras
GABRIELA ALMEIDA CARNEIRO DA CUNHA
Articulação/ Desenvolvimento de produto
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Guerrilheiras parte da Guerrilha do Araguaia, participaram do levante dezessete mulheres. A proposta é a criação de um espetáculo teatral sobre oito mulheres que lutaram e morreram na guerrilha; dirigido pela diretora Georgette Fadel. Cada atriz sairá da sua cidade natal de sua personagem e percorrerá sozinha a trajetória feita pela guerrilheira 40 anos atrás.

31. Hip Hop Cozinha: Cartografia para Comer, Ver e Ouvir.
ZINHO TRINDADE
Desenvolvimento de produto/ Publicação
BRASIL / SÃO PAULO / EMBU
Continuação do programa de Zinho Trindade com músicos do hip hop em sua cozinha. A ideia é trazer músicos de outras localidades do país para a cozinha e realizar trocas musicais enquanto cozinham um prato regional do lugar. Serão 30 programas com duração de 10 a 15 minutos no formato vídeo digital para WEB.

32. Homenagem a Matta-Clark
ALICE FILMES
Finalização de projetos
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
O projeto é um filme curta-metragem filmado durante o processo de demolição da metade abandonada do edifício modernista do Hospital Universitário (HU), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante o processo de um longa-metragem, o filme “HU”, veio a notícia de que parte do edifício teria de ser implodida. A ideia do curta é fazer uma homenagem à produção de Matta-Clark, célebre por intervenções arquitetônicas, como cortes e secções em edificações abandonadas.

33. “Hugo Linns – A solidão do sol em Cinzas do ar – Viola Nordestina”
HUGO LEONARDO MOTA LINS
Produção de obra
BRASIL / PERNAMBUCO / RECIFE
Hugo Linns é um virtuoso músico pernambucano que quer realizar um trabalho artístico em que a viola nordestina figura como instrumento solista. Neste projeto Linns se dedicará à composição de dez composições, durante cinco meses. Um projeto inovador na área de música que mistura residência, pesquisa e criação.

34. Imagens Expandidas
JULIA GRILLO BOTAFOGO
Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
O Coletivo Fotografia Expandida e o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos – IPN, que tem por finalidade a reflexão sobre a escravidão no Brasil, trazem o projeto Laboratório de Fotografia Expandida para trabalhar diferentes possibilidades de criação fotográfica no Bairro da Gamboa, antigo mercado de escravos, hoje zona portuária do Rio de Janeiro. Com a criação do Laboratório o IPN tem intuito de articular artistas e documentar um conjunto de conteúdos sobre as práticas e processos criativos que envolvem a arte e a cultura negra na região.

35. Incubadora DoSol
ASSOCIAÇÃO CULTURAL DOSOL
Articulação/ Circulação de repertório/ Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Desenvolvimento de
produto/ Documentação/ Formação/ Produção de obra
BRASIL / RIO GRANDE DO NORTE / NATAL
Seleção de músicos, grupos ou bandas, através de curadoria a ser formada pelo Festival DoSol, que completa 10 anos em 2014. Os selecionados participarão de oficinas e ações em áreas como: formação na área de produção de palco, produção executiva, comunicação, etc…

36. Inservíveis ou da inutilidade das coisas deste mundo e de outros.
LORHAYNNA ARAÚJO DE LIMA
Circulação de repertório/ Pesquisa/ Residência
BRASIL / ACRE / RIO BRANCO
Trabalho de difusão e formação da Cia. Do Ouriço, com o espetáculo ‟Inservíveis ou da inutilidade das coisas deste mundo e de outros”, inclui apresentações da peça, intercâmbios com outros grupos e oficinas. O grupo acreano propõe realizar seu projeto – original de Rio Branco e Xapuri – em São Paulo.

37. Janela de Dramaturgia – Volume I e II
SARA ABREU PINHEIRO E SILVA
Publicação
BRASIL / MINAS GERAIS / SETE LAGOAS
Este projeto dedica-se a publicação, em dois volumes, de uma coletânea de textos da nova dramaturgia de Belo Horizonte, apresentados nas duas primeiras edições da mostra Janela de Dramaturgia.

38. Jardim de passagem
TERESA MARIA SIEWERDT
Produção de obra
BRASIL / SANTA CATARINA / RIO DO SUL
Em uma linha de metrô de São Paulo, em cada uma de suas estações, no horário combinado, um performer permanece a postos com um vaso de planta. O primeiro performer embarca na primeira estação da linha, e assim sucessivamente os demais irão embarcando no mesmo vagão. Uma espécie de jardim irá se formando a medida que os performers embarquem.

39. Koellreutter 100 anos: música, ensino e memória
FUNDAÇÃO KOELLREUTTER
Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Documentação/ Pesquisa/ Publicação
BRASIL / MINAS GERAIS / SÃO JOÃO DEL REI
Tratamento, catalogação e organização do acervo do compositor, maestro, flautista e educador H. J. Koellreutter.

40. LABORATÓRIO CLOWNS
CLOWNS DE SHAKESPEARE
Articulação/ Desenvolvimento de produto/ Documentação/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e
similares/ Pesquisa/ Publicação/ Residência
BRASIL / RIO GRANDE DO NORTE / NATAL
O LABORATÓRIO CLOWNS consiste em uma ação continuada com um ano de duração, que tem como principal objetivo a construção de um projeto organizacional e pedagógico de uma escola livre de teatro dos Clowns de Shakespeare, a partir de três pilares: residências, seminários e elaboração de projeto, busca-se associar a prática e o pensamento do grupo a um projeto de escola que tenha como pilar a formação de um pensamento de teatro de pesquisa e de grupo.

41. Linha única
JOÃO LUÍS ANZANELLO CARRASCOZA
Não se enquadra em nenhuma dessas modalidades
O escritor João Luís Carrascoza propõe o desenvolvimento de um livro de minicontos. A ideia é que a produção seja feita por micronarrativas com extensão menor que os 140 caracteres do Twitter, e inspirado na lírica dos haicais. A proposta é que o resultado do experimento literário seja publicado em livro, meios digitais, como blog e hotsite, e até mesmo numa conta criada no Twitter.

42. Luthiers do Cariri Cearense
MÁRCIO MATTOS MÁRCIO MATTOS
Publicação
BRASIL / CEARÁ / CRATO
Registros fotográficos e audiovisual de luthiers do Cariri Cearense tais como Di Freitas, João Nicodemus, Aécio Ramos, Mestre Totonho, Raimundo Aniceto, Ulisses Germano, Gil Chagas, Jhonny Almeida e Ciderly Bezerra.

43. Marcos Faerman, Reportagens Literárias
LAURA TAFAREL FAERMAN
Circulação de repertório/ Documentação/ Formação/ Pesquisa/ Produção de obra/ Publicação
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O projeto integra a organização e digitalização de 50 reportagens do jornalista Marcos Faerman (1944-1999), escritas para o Jornal da Tarde, a partir da criação de um website com material complementar sobre a atuação de Marcos Faerman na imprensa alternativa durante o regime militar.

44. Marzipan na Sala
PALCO IMAGEM
Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
Consiste na criação inédita de um espetáculo de teatro-dança com o objetivo de promover o reencontro artístico dos integrantes do grupo, 25 anos após sua dissolução com uma releitura do repertório dentro do contexto atual de cada um dos integrantes. O grupo Marzipan desenvolveu seu trabalho na década de 80.

45. “Memória da Censura no Cinema Brasileiro 1964-1988 – Estúdios Cinematográficos e Cinema
Independente”

RECORDAR
Documentação
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
O projeto “Memória da Censura no Cinema Brasileiro 1964-1988” criou o primeiro site a disponibilizar gratuitamente documentos sobre a censura no cinema, inéditos e de domínio público. Organizados em banco de dados, com mecanismos de pesquisa avançada, possibilitam ampla consulta e cruzamento de dados, além de preservar digitalmente a documentação e de diminuir o manuseio dos originais. A meta desta fase do projeto é disponibilizar cerca de seis mil novos documentos sobre 201 filmes, totalizando 20 mil documentos disponíveis para consulta pública.

46. Memória João das Neves – 50 anos de teatro brasileiro
JOÃO PEREIRA DAS NEVES FILHO
Documentação/ Publicação
BRASIL / MINAS GERAIS / LAGOA SANTA
Projeto de preservação, organização e disponibilização do acervo do dramaturgo, diretor, ator e escritor João das Neves, importante referência do teatro brasileiro com mais de 50 anos de carreira. O acervo do artista formado por imagens e documentos que percorrem desde a década de 1960 até a atualidade, envolvendo fotografias, vídeos e gravações de áudio (em diversos suportes), além de impressos que registram e revelam parte da história das artes cênicas no Brasil. A partir da revitalização e organização desse acervo, pretende-­se disponibilizá-­lo para acesso gratuito por meio de banco de dados a ser publicado em site do artista. Com o intuito de divulgar a importância documental e histórica do projeto espera‐se ainda gerar um catálogo síntese com publicação de artigos e imagens selecionadas.

47. MICHEL ARNOULT arte, cultura e design 1952-2003
ANNICK PAULO DE FREITAS ARNOULT
Publicação
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O projeto visa produção de um livro sobre a obra de Michel Arnoult (1922-2005), nascido na França, que desenvolveu toda sua vida profissional no Brasil como designer e fabricante de móveis. É um dos criadores da Mobília Contemporânea.

48. Moviola
MARCIO RODRIGUES AMBROSIO
Produção de obra
BRASIL/ SÃO PAULO/ SÃO PAULO
Moviola é uma instalação interativa e imersiva que por meio de uma escultura mecânica convida o participante a construir e desconstruir um filme com sequências de animações criando sua própria continuidade. A escultura é composta de engrenagens, polias, manivelas e sensores eletrônicos, formando um sistema interativo misto – mecânico, analógico e digital – de acionamento das sequências de animação.

49. MÚSICAS DEL SUR 2014: “¿Arte la Patria Grande?
CARLOS MARIA VILLALBA
Circulação de repertório/ Produção de obra/ Residência
ARGENTINA / BUENOS AIRES / BUENOS AIRES
Encontro musical entre músicos da Argentina, Brasil e Uruguai.

50. MUTUM – MOSTRA DE MUSICA INSTRUMENTAL E CULTURAS POPULARES DO TOCANTINS
DIEGO SILVA BRITO
Circulação de repertório/ Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / TOCANTINS / PALMAS
Realização da Mostra, durante 05 dias em Taquarussu (TO) com programação que inclui espetáculos de música instrumental, de culturas populares, oficinas e palestras.

51. Na Esquina- Itinerante Minas
PEDRO GONÇALVES GUERRA
Circulação de repertório
BRASIL / MINAS GERAIS / BELO HORIZONTE
O espetáculo de circo Na esquina é uma criação transatlântica. Esquina é o ponto de partida para outros lugares e é também o nome do Coletivo de 6 artistas brasileiros formados pela Escola Popular de Circo de Belo Horizonte. Esses artistas transitam entre Europa e Brasil e fomentam a nova geração de circo contemporâneo.

52. NA TELA RÚTILA DAS PÁLPEBRAS
JOSELY MARIA BISCAIA VIANNA BAPTISTA
Pesquisa/ Produção de obra/ Publicação
BRASIL / SANTA CATARINA / FLORIANÓPOLIS
Publicação digital em português e inglês. O projeto propõe a escritura de um ciclo de textos autorais junto da criação de uma série de desenhos. Para a execução do trabalho será realizada uma expedição aos Campos Gerais do Paraná, local que abriga lendários caminhos históricos, para um trabalho de reconhecimento do espaço natural e cultural e recolhimento de depoimentos, entrevistas, registros etc. O projeto é caracterizado também pela hibridez do texto, entre o contemporâneo e o arcaico.

53. NELSON DA RABECA E THOMAS ROHRER: TRADIÇÃO IMPROVISADA
THOMAS ROHRER
Circulação de repertório/ Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / ALAGOAS / MACEIÓ
Apresentações e oficinas com o rabequeiro e luthier alagoano, Nelson da Rabeca e o rabequeiro e saxofonista suiço (radicado no Brasil) Thomas Rohrer, com participações da cantora Dona Benedita e do percussionista Antônio Panda Gianfratti.

54. NÚCLEO DE PESQUISAS TEATRAIS – ENCONTROS POSSÍVEIS / 2014
ATIANA MENDES HOREVICHT
Articulação/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa
BRASIL / MATO GROSSO / CUIABÁ
Núcleo de Pesquisa Teatrais é uma ação da Cia. Pessoal de Teatro, que acontece desde 2009. A ação em 2014 vai se unir a dois festivais que acontecem no Estado: o Velha Joana, de Primavera do Leste, realizado pela Cia. Faces de Teatro e o Festival de Teatro da Amazônia Matogrossense, realizado pelo Teatro Experimental de Alta Floresta. A ideia é fortalecer as artes cênicas do estado de Mato Grosso, realizando a ação dentro dos festivais, que acontecerão ao mesmo tempo – e possibilitando aos grupos e artistas convidados a circulação também nas cidades vizinhas onde não há histórico de uma ação como essas, visando a democratização das ações. O projeto prevê intercâmbio com grupos referenciais no teatro contemporâneo como o Odin Teatret da Dinamarca e o O Bando de Portugal.

55. O cais da última utopia
PEDRO DAMASCENO FRANÇA
Finalização de projetos/ Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O trabalho consiste em 4 caixas luminosas (backlights) desenhados e construídos pelo artista. Sua superfície é produzida com cera e grafite sobre acrílico leitoso. A cera aplicada sobre o acrílico é translucida, mas o grafite misturado a ela torna a superfície opaca (total ou parcialmente), de forma imprevisível. O projeto aprofunda questões que o artista já vem desenvolvendo, como na série de desenhos de floresta: como representar uma mata, vista contra a luz, nesse momento de dispersão visual, em que não há hierarquia entre as partes, não há centro ou periferia.

56. O CORPO, A IMAGEM E SEUS EFEITOS – Uma intersecção entre dança e fotografia
LEANDRO BERTON
Pesquisa/ Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
Propõe um ambiente investigativo acerca da intersecção entre as duas linguagens enquanto processos híbridos de criação. Tem como objetivo a criação de um solo de dança e de uma série fotográfica a partir de criações simultâneas.

57. O Corte
CECILIA CIPRIANO
Finalização de projetos/ Produção de obra
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
A intervenção propõe um modo artístico de registrar, criticar e efetivar um dialogo no processo de transformação do espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro. A intervenção se dá em um espaço efêmero, uma das casas marcadas pela Secretaria Municipal de Habitação para demolição, da primeira favela do Rio de Janeiro, o Morro da Providencia, em nome da revitalização portuária. O projeto também prevê uma instalação composta de vídeos e fragmentos a serem exibidos posteriormente em espaço expositivo.

58. O Enigma Orides
GUSTAVO DE CASTRO E SILVA
Publicação
BRASIL / DISTRITO FEDERAL / TAGUATINGA
Livro-reportagem sobre a poeta paulista Orides Fontela (1940-1998). Além da pesquisa em diversos centros de documentação, o autor colheu depoimentos de amigos, ex-colegas da turma de filosofia da USP de 1972, intelectuais, editores, poetas, ex-professores, boêmios do centro de São Paulo, pessoas que estiveram presentes em seu cotidiano e também em seu enterro, para reunir informações sobre a poeta que morreu na miséria e quase foi enterrada como indigente. A publicação também reúne vinte poemas inéditos que foram descobertos durante a pesquisa, entre 2011 e 2012.

59. O Obscuro Fichário dos Artistas Mundanos
BOA HORA
Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Desenvolvimento de produto/ Documentação/ Oficinas,
seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Produção de obra/ Publicação/ Crítica
BRASIL / PERNAMBUCO / RECIFE
O projeto é impulsionado pela descoberta de um conjunto de verbetes produzido pela Delegacia de Ordem Social e Política de Pernambuco(DOPS/PE) e dedicado, exclusivamente, à identificação e controle de indivíduos em trânsito pelo estado entre 1934 e 1954, cuja ocupação profissional, na visão do extinto órgão policial, estava vinculada à área artística. O projeto prevê criação de um site e uma convocatória para o desenvolvimento de propostas artísticas dedicadas à produção de narrativas em mídias digitais, inspiradas na livre releitura do conteúdo desvelado pela investigação. A realização de palestras e lançamento de catálogo impresso concluem a iniciativa.

60. O que é dança contemporânea?
THEREZA CRISTINA ROCHA CARDOSO (THEREZA ROCHA)
Publicação
BRASIL / CEARÁ / FORTALEZA
Produção de conteúdo, edição, publicação e distribuição do livro inédito O QUE É DANÇA CONTEMPORÂNEA?, de autoria da proponente, voltado para o público jovem. Nunca poderemos responder ao fim e ao cabo o que é dança contemporânea, pois no momento mesmo em que pronunciarmos a resposta, alguém, certamente inventa naquele momento mesmo, um conceito novo de dança que trairá tal definição. Este movimento infinito de invenção e de produção de diferença talvez seja a própria marca da dança contemporânea.

61. Orquestra Brasileira de Fotografia
JARAGUÁ PRODUÇÕES
Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Desenvolvimento de produto/ Produção de obra/ Publicação
BRASIL / PERNAMBUCO / OLINDA
Nove ensaios em fotografia deverão gerar nove músicas e nove vídeos, criados/inspirados a partir de suas leituras e interpretações possíveis. Serão nove fotógrafos envolvidos nessa ação, ao lado de nove músicos/bandas. Os produtos gerados trarão as obras nos seus formatos individuais (ensaios fotográficos e faixas músicas), mas também conjugados na forma de vídeos. Um exercício criativo coletivo que vai gerar um livro e um DVD. O fotógrafo Gilvan Barreto é o coordenador artístico do projeto.

62. O Século de Camus – Novos Escritos de Lucia Miguel Pereira
GRAPHIA
Produção de obra
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Publicação de textos de Lucia Miguel Pereira ainda inéditos em livro, em sua maioria artigos para o jornal carioca Correio da Manhã, escritos entre 1947 e 1955. Para a idealizadora Luciana Viégas, professora e pesquisadora, é necessário que se compartilhe os pensamentos de Lucia Miguel Pereira, que discorrem desde conflitos intelectuais em plena Guerra Fria até as tensões da redemocratização pós-Vargas. O crítico paulista Antonio Candido também reconhece a influência de Lucia Miguel Pereira, e afirma em seu Literatura e Sociedade: “Não é impossível que [ela] tenha sido o meu modelo inconsciente”.

63. Paralelo 34
FÁBIO MÁRCIO ALKMIN
Desenvolvimento de produto
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
Projeto de desenvolvimento de roteiro para longa metragem. Trata-se de um road movie pelo sul do Brasil e Uruguai. A trama se passa no atual Uruguai do presidente Mujica, onde são legalizados o casamento homossexual, o aborto e a maconha. O Coletivo Sandero, que assina a obra, é composto de geógrafos com interesse na linguagem audiovisual. O grupo já desenvolveu projetos em vários países da América Latina.

64. Patrimônio Azulejar em Belém/PA- Narrativa multimídia em realidade aumentada por dispositivos
móveis

BIANCHI SERIQUE MEIGUINS
Desenvolvimento de plataformas e softwares
BRASIL / PARÁ / BELÉM
O objetivo deste projeto é divulgar o Patrimônio Azulejar (acervo de azulejos) de Belém por meio de uma narrativa que conte a história da cidade através dos azulejos, despertando no público o sentimento de apropriação deste importante acervo. Será desenvolvido um aplicativo gratuito para dispositivos móveis conectados à internet disponibilizando textos, fotos, áudios e vídeos, construindo uma narrativa que, além de apresentar informações históricas e técnicas sobre o acervo de azulejos de Belém, também provoque no usuário uma reflexão sobre a relevância da preservação deste acervo. O aplicativo também terá interfaces com redes sociais no objetivo de que o public comente suas percepções sobre o conteúdo. O aplicativo auxiliará o público de duas formas principais: primeiramente como guia em um circuito virtual na cidade de Belém do Pará, utilizando tecnologia de geo-referenciamento, como GPS (Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global) dos dispositivos móveis, apontando a onde as obras de interesse estão, e auxiliando o usuário a encontrar o local indicado. Uma vez localizada a obra de interesse, serão utilizadas técnicas de reconhecimento de imagem para obter informações em tempo real da obra visualizada através da câmera do dispositivo móvel.

65. Ponto BR
MARCELINO JUVÊNCIO FREIRE
Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O projeto, idealizado pelo escritor e produtor de eventos Marcelino Freire, tem como objetivo mapear escritores que estão à margem da produção editorial por meio de encontros a serem realizados em 15 capitais brasileiras – Rio Branco, Maceió, Macapá, Manaus, Vitória, Goiânia, São Luís, Cuiabá, Campo Grande, Belém, Teresina, Porto Velho, Boa Vista, Aracaju e Palmas. O mapeamento ficará disponível em uma publicação virtual, com todas as informações do mapeamento.

66. Posição Amorosa: Livro Referência de Hudnilson Jr.
OIYA PROJETOS CULTURAIS
Publicação/ Crítica
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O projeto inédito “Posição Amorosa: Livro Referência de Hudnilson Jr.” objetiva reunir um panorama da carreira do importante artista contemporâneo brasileiro, falecido em agosto de 2013, e será o primeiro livro a ser publicado exclusivamente sobre a sua obra. A publicação pretende atravessar as mais de três décadas da produção de Hudnilson Jr. e, além de amplamente ilustrado, o livro, bilíngue, articula um importante material textual, a saber:
• apresentação e texto crítico do curador Ricardo Resende;
• cronobiografia completa;
• coletânea de textos referencias já escritos sobre Hudnilson Jr.;
• edição de uma série de densas entrevistas do artista, concedidas nos últimos anos ao editor do livro, Ricardo Resende e a pesquisadora Maria Olímpia Vassão.

67. Práticas contemporâneas da teoria do mover-se (ou 10 diálogos sobre situações de errância)
MICHELLE FARIAS SOMMER
Articulação/ Desenvolvimento de produto/ Documentação/ Formação/ Pesquisa/ Publicação/ Crítica
BRASIL / RIO GRANDE DO SUL / PORTO ALEGRE
O projeto “Práticas contemporâneas da teoria do mover-se (ou 10 diálogos teóricos sobre situações de errância)” apresenta-se como uma proposta de pesquisa curatorial sobre o “estar em trânsito / viver entre / estar baseado em” de 10 artistas contemporâneos brasileiros em diálogo com 10 críticos de arte, ambos atuantes no campo artístico nacional e/ou internacional. O projeto prevê uma publicação, com tiragem de 1000 exemplares, estruturada em dois módulos distintos e complementares: um módulo teórico e um módulo de configuração dialógico estabelecido a partir de entrevistas com artistas e críticos de arte.

68. PRECISA-SE do PRESENTE
BERNADETE DE LOURDES GUERREIRO REALE
Documentação/ Formação/ Pesquisa/ Produção de obra/ Publicação/ Crítica
BRASIL / PARÁ / BELÉM
O projeto tem como objetivo uma nova forma de fazer Performance, propondo o deslocamento até os países que, junto com o Brasil, formam o chamado BRICS. (Rússia, Indica, China e África do Sul) Adotar imagens que irão se converter em outra imagem, em um complexo jogo de figuras, superfície e referente. [O projeto (…) consiste em deslocar-me até alguns lugares, estar presente, em viver e vivenciar, extrair o real, fotografar em alta resolução o que me chega aos olhos de maneira filtrada]

69. PROJETO ESCOLA DE DANÇA DE PARACURU – FORMAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, MANUTENÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL
ESCOLA DE DANÇA DE PARACURU
Articulação/ Circulação de repertório/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/
Residência
BRASIL / CEARÁ / PARACURU
A Escola de Dança de Paracuru foi fundada em maio de 2003 pelo bailarino Flávio Sampaio e tem como missão formar bailarinos, capacitar coreógrafos, e arte educadores. Com abertura de 30 vagas anuais conta hoje com 220 alunos entre crianças e adolescentes da comunidade.

70. PROJETO JANELAS DO MINHOCÃO
IARLEI RANGEL LEAL SENA
Circulação de repertório/ Finalização de projetos/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PEDRO
O grupo Esparrama tem parte de seus integrantes como moradores de prédios localizados no Elevado Costa e Silva, o Minhocão. E em 2013 o Grupo passou a ocupar as janelas e fazer apresentações cênicas para o público. A ideia é ampliar o projeto e convidar outros grupos a se apresentarem no Minhocão, além de realizar uma pesquisa e criação dramatúrgica do Esparrama. O projeto prevê seis meses de ações no Minhocão que incluem ainda conversas sobre arte e cidade.

71. PROJETO MUNDANO – LIVRO, EXPOSIÇÃO DE RUA E PERFORMANCES
ELEONORA BATISTA FABIÃO
Articulação/ Circulação de repertório/ Documentação/ Pesquisa/ Produção de obra/ Publicação
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
O projeto consiste na elaboração e publicação de um livro sobre séries de performances realizadas desde 2008, uma exposição de25 lambe-lambes com imagens e descrições de programas performativos realizados e um mapa. Durante a elaboração do livro e da exposição a artista continuará realizando performances individuais e coletivas.

72. Protocolo Elefante
CENA 11
Articulação/ Formação/ Pesquisa/ Produção de obra/ Residência
BRASIL / SANTA CATARINA / FLORIANÓPOLIS
Migrar em separado para no reencontro reinventar sua identidade de grupo. Após 20 anos de existência, a cia. catarinense estuda a ação de afastamento e isolamento do elefante na iminência de sua morte. A metáfora serve para o momento da cia. que, sem apoio ou subsídios, cria um projeto ao mesmo tempo de legado e de um novo futuro seja enquanto grupo, seja individualmente.

73. Psicose
GISELA DE LUCA NOGUEIRA DA MOTTA
Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
A proposta consiste na pesquisa e criação de uma videoinstalação inédita composta por uma projeção em vídeo e pela documentação desse processo. Os artistas irão refazer integralmente o filme Psicose, 1960, de Alfred Hitchcock, substituindo as imagens originais por cenas disponíveis em diversos sites de bancos de imagens, a fim de reativar esse clássico do cinema provocando um questionamento estético dos bancos de dados ao atingir a memória do observador através da imagem.

74. PWS – Jingdezhen/CH
LAERTE RAMOS
Articulação/ Circulação de repertório/ Formação/ Pesquisa/ Produção de obra/ Residência
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
“The Pottery Workshop” é uma instituição chinesa que oferece ensinamentos e aprofundamentos para estrangeiros na área especifica da cerâmica pelo programa “PWS Residency Program”. A cidade de Jingdezhen é mundialmente conhecida como a “Capital da Cerâmica” pois nesta região a cerâmica é produzida tradicionalmente ha mais de 1.700 anos. O projeto PWS – Jindezhen/CH possibilita um aprofundamento em termos de pesquisa técnica e cultural ao artista devido ao tempo que a residência envolve, além do deslocamento das sedes de pesquisas dos centros urbanos. Até o momento, nosso país ainda não teve artistas representantes nesta residência artística promovida pelo governo chinês. Com a participação de um artista brasileiro, abrimos portas para uma maior comunicação e conexão entre a arte e os metiers de cada pais trocando os saberes. O projeto prevê também a participação de um artista-assistente.

75. QORPO SANTO – TRÊS LINGUAGENS
NINA ROSA RUSKI AUGUSTO SA
Articulação
Desenvolvimento de produto
Pesquisa
BRASIL / PARANÁ / CURITIBA
O projeto QORPO SANTO – TRÊS LINGUAGENS, trás uma proposta de multilinguagem, envolvendo teatro, música e audiovisual onde o foco é a obra de Qorpo Santo, autor pouco conhecido pelo público em geral. Sua obra teatral é composta, também, por 17 comédias (1866), com temas que abordam tabus da época, percorrendo um universo de erotismo e sensualidade.As apresentações ocorrem em Curitiba, PR, e São Paulo, SP.

76. ¿Qué hacíamos en 1985?: Caminos de jovenes creadores latinoamericanos – [pH2]: estado de
teatro com Lagartijas Tiradas ao Sol e La Maldita Vanidad

PAOLA LOPES ZAMARIOLA
Articulação/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Produção de obra/
Residência
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O projeto se foca na cena teatral latino-americana, na produção de grupos de jovens nascidos na década de 80 e investiga a utilização de diferentes recursos de outras linguagens artísticas além da teatral e a identidade artística, política e cultural. Trata-se de troca entre os três grupos proponentes, que pretendem conectar realidades de metrópoles como São Paulo, Bogotá e Cidade do México.

77. Real – uma revista política
GRUPO ESPANCA!
Circulação de repertório/ Produção de obra
BRASIL / MINAS GERAIS / BELO HORIZONTE
REAL – UMA REVISTA POLÍTICA, é um projeto teatral para uma nova criação do grupo Espanca!.Prevê apresentações em Belo Horizonte e São Paulo. Este trabalho será uma incursão da companhia sobre o papel da arte no nosso tempo e também uma reflexão sobre a forma como a sociedade brasileira absorve sua própria realidade, será fruto de uma pesquisa sobre o que é público, o que é comum, o que é “real”; entendendo aqui a realidade como os acontecimentos públicos da vida social em nossas cidades.

78. Residência Artística Brasil-Bélgica
NICOLE FÉLIX RODRIGUES
Residência
BRASIL / MATO GROSSO DO SUL / CAMPO GRANDE
Residência em estudo da técnica de Quadrante nas escolas de circo ESAC, e no espaço Atelier Du Trapèze, na Bélgica, que são referencias no ensino desta técnica, muito antiga e tradicional do mundo do circo.

79. Residência Artística de Moda Casa Juisi
CASA JUISI
Residência
BRASIL / SÃO PAULO /SÃO PAULO
Ciclos de residências na casa juisi voltado para arquitetos, estilistas e artistas, os residentes farão uma imersão no acervo histórico da casa para criar uma obra a partir de uma peça vintage do acervo. O resultado da residência será apresentado em exposições no próprio local. Essa proposta é voltada para estudantes e profissionais das áreas de moda, arquitetura (considerando a aproximação dada pelo estudo da forma, principalmente), e de artes plásticas e visuais (cujo suporte de expressão principal seja o têxtil). Assim sendo, a Casa Juisi realizará residências artísticas direcionadas à moda e que possam investigar o caráter histórico e/ou único de peças vintage, que é o principal foco das atividades realizadas pela Casa. A intenção é refletir sobre as construções já existentes, ou seja, roupas já comercializadas, e como elas podem ser reiteradas à nossa sociedade ao reivindicar o seu valor histórico ao ser incorporados em uma obra de arte e ter o seu caráter artístico reconhecido com maior facilidade.

80. Residência Artística em Arraias – Formação para o Teatro de Rua
PALMAS ATIVA
Oficinas, seminários, encontros e similares/ Residência
BRASIL / TOCANTINS / PALMAS
O projeto “RESIDÊNCIA ARTÍSTICA –FORMAÇÃO PARA O TEATRO DE RUA” pretende estimular a continuidade dos trabalhos dos grupos de teatro de Arraias – TO, através da Residência Artística com o artista/professor Ronaldo Araújo. Serão explorados durante o projeto, ambiente urbano como cenário, uma vez que Arraias não possui teatro e os alunos serão estimulados a lançar mão da rua para suas produções. Prevê, também, oficinas sobre assuntos próprios da linguagem teatral, como interpretação, improviso, figurino com recicláveis, leitura e construção de textos dramáticos e etc.

81. Revelando Acervos – Fundação Vera Chaves Barcellos
FUNDAÇÃO VERA CHAVES BARCELLOS
Documentação/ Finalização de projetos/ Pesquisa/ Publicação
BRASIL / RIO GRANDE DO SUL / PORTO ALEGRE
Projeto de higienização, catalogação, pesquisa, digitalização e disponibilização do acervo documental e artístico da Fundação Vera Chaves Barcellos (FVCB), a fim de possibilitar o acesso às informações contidas nos itens documentais e assegurar sua preservação permanente. Publicação de um catálogo geral, contendo informações e imagens sobre todos os artistas e obras pertencentes ao acervo.

82. Roda Popular (Encontro dos Grupos de Cultura Popular do Território Velho Chico)
VANIA NUNES NOGUEIRA
Articulação/ Circulação de repertório/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / BAHIA / IBOTIRAMA
Encontro com a participação de grupos de terno de Reis, Roda de São Gonçalo e samba de roda nos municípios de Ibotirama, Morpara, Paratinga e Barra, na Bahia.

83. Rua fulano de tal
CAROLINE NEUMANN
Circulação de repertório/ Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO / MAUÁ
Como forma de manter e recuperar a memória de uma rua – Rua Doutor Arthur de Carvalho e Sá, Jardim Anchieta, Mauá/São Paulo – um site reunirá registros e depoimentos sobre a vida dos moradores das 86 casas dessa via. Além do projeto de um site, será também realizado um documentário de aproximadamente dez minutos, e também serão propostas exposições itinerárias dos retratos e registros audiovisuais dos moradores em galerias, praças etc.

84. SARAU DO BINHO
ROBINSON DE OLIVEIRA PADIAL
Articulação/ Circulação de repertório/ Desenvolvimento de produto/ Formação/ Oficinas, seminários,
encontros e similares/ Publicação
BRASIL / SÃO PAULO /SÃO PAULO
O objetivo do projeto é perpetuar o legado do Sarau do Binho, encontro semanal e gratuito de pessoas ligadas à arte, que completou nove anos em 2013. O sarau já promoveu diversas manifestações culturais na região do Campo Limpo, em São Paulo. A proposta aqui é de desenvolver ações de incentivo à leitura para jovens e adultos, potencializar as atividades que já existem, como a brechoteca (sede da biblioteca desde 2010), saraus em escolas públicas, encontro de saraus e publicar a Segunda Antologia Poética do Sarau do Binho.

85. 6 Modelos Para Jogar
BÁRBARA VIRGÍNIA DENADAI FONTANA
Pesquisa/ Produção de obra/ Residência
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Baseado em “Jogo de Amarelinha”, obra do escritor argentino Julio Cortázar, cinco diretores (Alex Cassal, Dani Lima, Cristian Duarte, Denise Stutz e Márcio Abreu) e cinco criadores-intérpretes (colaboradores habituais destes diretores) vão trabalhar em residência para construir um espetáculo.

86. Seminário Brasileiro de Improvisação Musical
BASE CULTURAL PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
Articulação/ Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / SANTA CATARINA / FLORIANÓPOLIS
Realização do Seminário em Florianópolis com a participação de músicos, críticos musicais, doutores em música. Haverá apresentações musicais também.

87. Sete Estrelas do Grande Carro
TEATRO MÁQUINA
Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Produção de obra/ Publicação
BRASIL / CEARÁ / FORTALEZA
SETE ESTRELAS DO GRANDE CARRO, proposto pelo grupo Teatro Máquina, é um trabalho de viagem e criação. Durante uma viagem por sete cidades de três regiões do semiárido nordestino, buscarão encontros, histórias, imagens, paisagens e descobertas. Afim de uma forma específica de experimento poético, que será compartilhado com a população do local. Contam com a colaboração de diversos artistas de diversas áreas.

88. Sim, somos bizarr@s!
RICARDO MARINELLI MARTINS
Articulação/ Circulação de repertório/ Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Formação/ Oficinas,
seminários, encontros e similares/ Pesquisa
BRASIL / PARANÁ / PINHAIS
Sim, somos bizarr@s! é um projeto que promove e difunde ações artísticas e investigativas que problematizam a violência de gênero, a homofobia, a lesbofobia e a transfobia, por meio de um conjunto de situações que incluem mostras de performances, mesas performáticas de debates, festas performativas e finalmente uma plataforma criativa-colaborativa queer. Trata-se de articular tanto na metodologia de trabalho quanto nos conceitos artísticos, estranhezas que tem acontecido isoladamente, tonando visíveis as bizarrices nossas de cada dia, transformando-as em discurso.

89. Sketchument: Ambiente de Experimentação para Criação de Instrumentos Musicais Digitais
FILIPE CARLOS DE ALBUQUERQUE CALEGARIO
Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Finalização de projetos
BRASIL / PERNAMBUCO / RECIFE
Desenvolvimento de ferramentas para artistas, músicos e designers cujo objetivo é experimentar novas formas de expressão musical, utilizando para isso novas interfaces.

90. TANGO
FRANCISCO BENVENUTO GUSSO
Desenvolvimento de produto/ Produção de obra
BRASIL / PARANÁ / CURITIBA
Curta metragem de animação 2D, Tango conta a história de um menino que vive em um vilarejo isolado e que tem poderes telecinéticos. Por conta disso, o menino alcança a fama e entra em crise com o mundo cruel e sombrio ao seu redor.

91. TEATRO DE OBJETOS: DESUMANIZAÇÃO NAS GRANDES CIDADES
SANDRA JUANITA VARGAS ERCEG
Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Produção de obra/ Residência
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
O Grupo Sobrevento, reconhecido internacionalmente por sua pesquisa avançada e inovadora no Teatro de Animação, com apoio do Rumos vai preparar um espetáculo inédito com a técnica do Teatro de Objetos para adultos, resultado do intercâmbio artístico com três das mais importantes e representativas companhias internacionais de Teatro de Objetos: Theatre de Cuisine (França), La Gare Central (Bélgica) e Casa Degli Alfieri (Itália). O resultado será apresentado em São Paulo.

92. Teatro de Rua no Brasil
NOELI TURLE DA SILVA (LICKO TURLE)
Desenvolvimento de produto/ Documentação/ Pesquisa/ Publicação
BRASIL / RIO DE JANEIRO / TERESÓPOLIS
O projeto TEATRO DE RUA NO BRASIL, Pesquisa, Produção e Publicação de livro sobre a contribuição da Rede Brasileira de Teatro de Rua, a Lei de Fomento ao Teatro de São Paulo e do teatrólogo Amir Haddad para a modalidade teatro de rua no Brasil nos últimos anos, que culminou com a sanção da Lei do Artista de Rua, no município do Rio de Janeiro, que veio a servir de base para a criação de leis similares em todo o país.

93. 3º Encontro Questão de Crítica
DANIELE AVILA SMALL
Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Evento da revista eletrônica Questão de Crítica, espaço de reflexão sobre a produção teatral de diversas cidades do Brasil. Outras edições contaram com palestras e oficinas refletindo a crítica. Em sua terceira edição propõe ampliar os debates para dramaturgia e encenação e exposição de pesquisas, um minicurso de crítica e o lançamento de cinco textos de dramaturgia.

94. tranS(obre)por
MARCELO ARMANI
Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Produção de obra/ Residência
BRASIL / RIO GRANDE DO SUL / CANOAS
Esse é um projeto que se insere no campo da pesquisa e do mapeamento da paisagem sonora local, onde o resultado tem por técnica uma Instalação Sonora apoiada em procedimentos processuais. Nesse processo, o artista compõe uma série de peças sonoras, utilizando como “instrumentos” a própria superfície da cidade em que o projeto é aplicado. Essas peças são criadas a partir de fragmentos de sons e ruídos que são extraídos das avenidas, ruas e de diversos ambientes do local. O material sonoro é registrado através de diferentes microfones conectados a um estúdio portátil digital, TASCAM DR100 MKII. Dessa forma, o artista capta os fragmentos durante o seu próprio deslocamento e trânsito pela cidade em questão.

95. 3NÓS3 – Intervenção Urbana
MARIO CELSO RAMIRO DE ANDRADE
Produção de obra/ Publicação
BRASIL / SÃO PAULO /SÃO PAULO
O projeto trata da edição e publicação de um livro sobre o grupo de intervenções urbanas 3NÓS3 (1979- 1981), um dos protagonistas centrais da recente história da arte urbana no Brasil. Formado pelos artistas plásticos Hudnilson Jr. (1957-2013), Rafael França (1957-1991) e Mario Ramiro, o 3NÓS3 tornou-se uma referência para a produção dos atuais coletivos de artistas brasileiros que, desde o início dos anos 2000, revitalizaram a prática das intervenções urbanas no contexto da arte contemporânea.

96. Trilhas Musicais de Moacir Santos para o Cinema Brasileiro: Publicação de partituras transcritas
LUCAS ZANGIROLAMI BONETTI
Publicação
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
Publicação das partituras transcritas das trilhas musicais para cinema, compostas por Moacir Santos. Dentre os filmes estão Seara Vermelha, Ganga Zumba, Os Fuzis e O Beijo. Esta publicação é consequência da dissertação de mestrado de Lucas Bonetti.

97. Tubo de Ensaio. COMPOSIÇÃO [INTERSEÇÕES + INTERVENÇÕES]
JUSSARA JANNING XAVIER
Articulação/ Documentação/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Publicação/
Crítica
BRASIL / SANTA CATARINA / FLORIANÓPOLIS
O projeto propõe realizar interseções entre as artes e áreas de conhecimentos e intervenções artísticas em que artistas e pesquisadores atuem em parceria compartilhando procedimentos de composição, na cidade de Florianópolis ao longo de 12 meses. Isso resultará em um livro.

98. Tudo está relacionado
ANDRE PENTEADO
Circulação de repertório/ Finalização de projetos/ Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO / SÃO PAULO
Este projeto é processual. Suas palavras-chave são: tempo, memórias, sensações e conexões afetivas. O seu objetivo é a criação de uma obra que integre e entrelace quatro arquivos distintos de fotografia, sendo um herdado de meus familiares e outros três criados por mim. Isto será alcançado por um processo de análise, compreensão, edição e re-significação das imagens contidas nestes arquivos.

99. Um Porto para as Artes no Porto do Capim
GRUPO SER TÃO TEATRO
Articulação/ Circulação de repertório/ Documentação/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e
similares/ Pesquisa/ Crítica
BRASIL / PARAÍBA / JOÃO PESSOA
Desde o centro histórico de João Pessoa, o coletivo teatral cria e articula uma ação socioculturalartística. Projeto de dois anos que inclui inauguração do Centro Porto das Artes, oficinas, mostra de teatro e a próxima criação da cia.

100. UM VIDRO SOB MINHA PELE
MOARA ROSSETTO PASSONI
Finalização de projetos
BRASIL / SÃO PAULO /SÃO PAULO
Produção de um documentário poético sobre anorexia. O fio narrativo desse longa-metragem são os diários de adolescência de Beatriz, relidos já adulta, por onde recorda sua experiência com a doença. A anorexia será tratada também como experiência na linguagem, a fim de provocar a sensação de ausência de corpo nos espectadores.

101. UNA SHUBU HIWEA – LIVRO ESCOLA VIVA
DANTES
Articulação/ Desenvolvimento de plataformas e softwares/ Documentação/ Finalização de projetos/
Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares/ Pesquisa/ Produção de obra/ Publicação/
Residência
BRASIL / RIO DE JANEIRO / RIO DE JANEIRO
Desde 2011, uma equipe multidisciplinar formada por pajés, um taxonomista botânico, um etnobotânico, uma editora e uma fotógrafa trabalham na documentação das curas e plantas medicinais de conhecimento do povo Huni Kuin do Rio Jordão (AC). A proposta é a continuação dessa catalogação das plantas medicinais, através de viagens e projetos de residência, que irá resultar em um livro.

102. Viagem
MARIA JOÃO FILMES
Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO /SÃO PAULO
Pesquisa e desenvolvimento de roteiro para um longa-metragem de ficção baseado na obra literária Viagem Solitária de João W. Nery, reconhecido como o primeiro caso de cirurgia de mudança de sexo no Brasil. Pretende-se colocar em evidência a transidentidade como uma característica natural e criar um fiel retrato dessa condição.

103. VOZ I VOICE
CRESCENTI FOTOGRAFIA CINEMA E ARTE, LTDA
Produção de obra
BRASIL / SÃO PAULO /SÃO PAULO
VOZ/VOICE é uma escultura cinética, interativa. Um dispositivo mecânico desenhado para visualizar diálogos entre pessoas e coisas e o movimento do som no espaço. A obra explora o fenômeno sonoro como matéria e como experiência espacial e sensorial.

104. Warakdzã – Conexões Culturais e Midiáticas no Sertão do Cariri
FUNDAÇÃO CASA GRANDE MEMORIAL DO HOMEM KARIRI
Articulação/ Formação/ Oficinas, seminários, encontros e similares
BRASIL / CEARÁ / NOVA OLINDA
Projeto da Fundação Casa Grande, no Cariri, que tem por objetivo potencializar a rede de formadores da região, as crianças, através de oficinas de música, literatura, rádio, web. As crianças irão produzir conteúdos para transmissão de pensamento através de recursos midiáticos e artísticos. Encontros para promover articulação e o intercâmbio profissionais de áreas multidisciplinares para a formação de crianças e adolescentes na Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, CE.[/dropdown_box]

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Fim de semana das crianças no Palco Giratório

Palco Giratório

O primeiro fim de semana de festival Palco Giratório no Recife foi das crianças. A programação começou com O mistério da bomba H_, no Teatro de Santa Isabel, no último sábado (10). No domingo, nova sessão no Santa Isabel e ainda a montagem Salada mista, no Marco Camarotti; Menu de heróis, trabalho de dança contemporânea com forte apelo para crianças, no Barreto Júnior; e a palhaça Barrica, com o espetáculo Barrica Poráguabaixo, no Capiba, o único que não conseguimos conferir.

O mistério da Bomba H_, do grupo Oriundo de Teatro, nos levou para Galinópolis, cidade que vive a expectativa da chegada de um ator famoso e a ameaça de uma bomba. No meio disso tudo, um prefeito atrapalhado com o discurso para a população, uma galinha apaixonada pelo astro, uma investigação feita por dois bonecos – um deles com cabeça de girafa, que esticava e encolhia.

O texto de Antônio Hildebrando tem um humor interessante e leve; e o atores conseguem imprimir o timing necessário para a comédia, com tiradas bem engraçadas, algumas delas pensadas especificamente para o Recife, como a menção ao espetáculo Viúva, porém honesta, do Magiluth, quando, em determinado momento, são atiradas batatas no palco ao invés de milho.

Mesmo assim, o elenco se mostra irregular; quando alguns personagens estão no palco, a cena cresce. Pode ter contribuído para essa sensação as vozes dos atores em falsete que talvez tenham sido ainda mais prejudicadas por problemas com os microfones. A trilha sonora, de Tatá Santana, é executada ao vivo e faz com que o espetáculo ganhe potência. A direção de arte também figura como um dos destaques. O cenário de galinheiro que se mostra com várias possibilidades, por exemplo, ou os bonecos que tomam a atenção das crianças.

O mistério da bomba H_. Foto: Pollyanna Diniz

O mistério da bomba H_. Foto: Pollyanna Diniz

Encenação de Minas Gerais abriu festival Palco Giratório

Encenação de Minas Gerais abriu festival Palco Giratório

Em Salada mista, trabalho da pernambucana Cia 2 em Cena de Teatro, um grupo de crianças brinca na garagem de casa. Elas encenam uma telenovela, com direito a programa de rádio no meio, recriando a história de Chapeuzinho Vermelho. Aqui, Chapeuzinho e o Lobo vivem uma história de amor pontuada por clássicos da Jovem Guarda. A trilha sonora é executada ao vivo por Douglas Duan e Davison Wescley e a direção musical ficou por conta de Henrique Macedo, que resgatou pérolas como Coração de papel e Filme triste.

A dramaturgia, responsabilidade de Alexsandro Silva, que também assina a encenação, foi construída levando mesmo em consideração o ritmo de uma telenovela, sempre criando suspense, numa crescente de expectativa e envolvimento do público com a história. No clímax, corta-se esse fluxo: são cenas dos próximos capítulos. Já quase no final, a história tem uma reviravolta e o lobo volta a ser o malvado. A abordagem à violência doméstica é o momento mais tenso do trabalho; sem muitos subterfúgios, as crianças acompanham a dor da Chapeuzinho, que é trancada dentro de casa e salva pela vovozinha e pela mãe, “dona Chapéu”. Mesmo que esse seja o momento mais difícil da dramaturgia, pela virada brusca na condução da montagem e pela rapidez como a problemática é inserida e resolvida na cena, claro que é importante sim que o tema esteja no palco e possa ser discutido pelos pais com as crianças após o espetáculo.

O elenco traz Jerlane Silva, Flávio Santana, André Ramos, Arnaldo Rodrigues, Paula de Tássia e Douglas Duan. Os homens se sobressaem nessa encenação, com papeis divertidos, irônicos, galantes, como o próprio Lobo, a vovozinha viciada em exercícios físicos ou o locutor “gostosão”. A capacidade de quebra e de retomada do ritmo proposta pela dramaturgia e encenação e alcançada pelos atores se mostra um dos grandes trunfos da montagem. Está no espetáculo a pesquisa com circo teatro, elementos kistch e do melodrama.

Um dos questionamentos, no entanto, com relação à encenação é sobre o uso da máscara e, principalmente, do nariz de palhaço. O que justifica, por exemplo, que o nariz de palhaço seja utilizado se não há realmente o palhaço em cena? Se não existe uma mudança de estado efetiva do ator? Por outro lado, o recurso do teatro de objetos no casamento de Chapeuzinho e Lobo foi uma ótima sacada para alavancar a cena.

Depois da apresentação no Palco, Salada mista segue para Belo Horizonte, para participar do FIT-BH. A montagem para infância e juventude e a peça Duas mulheres em preto e branco são os representantes de Pernambuco na programação do festival.

Crianças recriaram história de Chapeuzinho vermelho. Foto: Pollyanna Diniz

Crianças recriaram história de Chapeuzinho vermelho. Foto: Pollyanna Diniz

Chapeuzinho vermelho é apaixonada pelo lobo

Chapeuzinho vermelho é apaixonada pelo lobo

Por fim, o trabalho Menu de heróis, o mais instigante do fim de semana. Uma pena, aliás, que tanto a plateia de Salada mista quanto a de Menu de heróis tenha sido tão pouco numerosa.

Com concepção e coreografia de Weyla Carvalho, o que vemos no palco são super heróis muito pouco convencionais, se quisermos fazer comparações fidedignas com os quadrinhos, os desenhos animados ou os filmes. Mas bastante reais quando lembramos das brincadeiras de criança. Com personagens que usam na sua construção elementos como isopor, garrafas pet, lençol e máscara, tudo parece nos lembrar algo bastante familiar, embora o estranhamento aconteça de maneira quase inevitável. Pela desorganização no palco, pela coreografia desconexa, pela falta de linearidade na construção do espetáculo e, principalmente, pela liberdade desses performes que experimentam as potencialidades de personagens sem amarras – o que pode ou não ser feito, mesmo na cartilha da dança contemporânea? O que antes, como crianças, poderíamos fazer e hoje não mais nos permitimos? Tanto a música quanto a iluminação são utilizadas com propriedade; a luz criando o universo do fantástico, do digital logo na primeira cena; e a música que traz a proximidade, o ritmo da dança popular.

Dá mesmo vontade de subir ao palco e brincar de girar ou correr até que o corpo fique exausto. O trabalho é do Núcleo do Dirceu, grupo piauiense que investiga artes performáticas contemporâneas. O nome é uma referência à maior periferia de Teresina, o bairro do Dirceu, onde o grupo se instalou e hoje mantém um galpão.

Menu de heróis. Foto: Pollyanna Diniz

Menu de heróis. Foto: Pollyanna Diniz

Trabalho de dança contemporânea é do Núcleo do Dirceu

Trabalho de dança contemporânea é do Núcleo do Dirceu

A brincadeira institucionalizada como arte

A brincadeira institucionalizada como arte

Espetáculo traz super heróis nada convencionais

Espetáculo traz super heróis nada convencionais

Programação da semana do Palco Giratório:

Dia 13, às 16h, na Praça do Campo Santo (em frente ao Sesc Santo Amaro):
Luiz Lua Gonzaga (Grupo Magiluth – Recife/PE)

Dias 13 e 14, às 19h, no Teatro Marco Camarotti:
Sargento Getúlio (Teatro Nu – Salvador/BA)

Dia 13, às 20h, no Teatro Barreto Júnior:
Para Sempre Teu (Qualquer um dos 2 cia de dança – Petrolina/PE)

Dia 14, às 16h, na Praça do Campo Santo:
Romeu e Julieta (Grupo Garajal – Maracanaú/CE)

Dia 14, às 20h, no Teatro Capiba:
Gaiola de Moscas (Grupo Peleja – Recife/PE)

Dia 15, às 20h, no Teatro Capiba:
Guerra, Formigas e Palhaços (Estação de Teatro – Natal/RN)

Dia 16, às 20h, no Teatro Capiba:
Homens de Solas de Vento (Cia Solas de Vento – São Paulo/SP)

Dia 17, às 16h e às 17h, no Teatro Capiba:
Louça Cinderella (Cia Gente Falante – Porto Alegre/RS)

Dia 17, às 16h, no Teatro Marco Camarotti:
O tempo perguntou ao tempo (Grupo Acaso – Recife/PE)

Dia 17, às 20h, no Teatro Barreto Júnior:
Plagium (Cia Dançurbana – Campo Grande/MS)

Dia 18, às 16h e às 17h, no Teatro Capiba:
Xirê das águas (Cia Gente Falante – Porto Alegre/RS)

Dia 18, às 20h, no Teatro Marco Camarotti:
Cordelina (Trupe Puxincói – Recife/PE)

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Teatro em casa

A casa da atriz e arte-educadora Márcia Cruz, no bairro da Boa Vista, no Recife, será transformada em “espaço cultural” durante alguns dias da semana. “Quando idealizei isso, pensei na possibilidade de autonomia de fazer a minha arte junto com os meus amigos, dentro da minha casa, na desburocratização de processos. Claro que é fundamental o abraço que as instituições formais dão ao teatro, mas ele também pode ser mais simples, sem tanta burocracia”, conta Márcia.

Márcia Cruz resolveu abrir as portas de sua casa para o teatro

Márcia Cruz

Quando questionada sobre a exposição da sua privacidade, do espaço da sua casa, Márcia confessa que só agora, com os ensaios do projeto Teatro de Quinta, está tomando consciência real da dimensão dos conflitos entre espaço público e privado. “Ontem foi o dia do ensaio geral. Quando os atores foram embora, os móveis fora do lugar, pensei: meu Deus, o que eu fiz?”, brinca. “Mas está feito. Eu achei que tinha me preparado mais para isso. Não! De qualquer forma é invasivo. E considero que esse é um exercício importante para mim”, complementa.

No projeto Teatro de Quinta, a obra de um autor por mês servirá como base para a criação de até três atores. “Nesta primeira etapa vamos trabalhar com autores daqui, porque estão mais próximos. Eu convido, mas também aceito a proposta de autores. São eles que escolhem os atores. Depois disso, os atores tomam conta da criação, que é mediada e provocada por mim e pelo produtor e também ator Plínio Maciel. Porque há conflitos e limitações nesse processo de criação. O meu quarto, por exemplo, não será utilizado”, explica.

Para a estreia do Teatro de quinta, os atores Luciana Pontual, Fábio Calamy e Daniel Barros se debruçaram nos escritos de Cleyton Cabral. “É um projeto cheio de afetos. São atores que admiro e respeito. Inclusive, dedico meu primeiro livro à Luciana. Eles mergulharam no meu blog (cleytudo.blogspot.com) e no recém-lançado livro de contos Tempo nublado no céu da boca para criarem as cenas que veremos hoje. Será surpresa. Não quis assistir ensaios, nem sei quais textos estão trabalhando”, conta Cleyton.

Hoje, as cenas serão apresentadas em duas sessões que já estão com ingressos esgotados: às 20h e às 21h. Mas o projeto continua o mês inteiro, todas as quintas, a priori, somente com a sessão das 20h. As reservas são feitas através do e-mail casa17.maravilhas@gmail.com . Outra proposta de Márcia Cruz é que as programações não tenham preço estipulado dos ingressos, mas que os espectadores possam refletir sobre a questão do valor na obra de arte. “É uma postura política. Qual o valor que você dá ao trabalho do artista. Não estou aqui para julgar ninguém. Quem dá R$ 1 ou R$ 10, mas quero que as pessoas pensem sobre”, complementa.

O autor Cleyton Cabral e os atores Luciana Pontual, Daniel Barros e Fábio Calamy

Lua cheia – Já no dia 14, às 20h, a própria Márcia Cruz dá a largada do segundo projeto que será abrigado em sua casa: Lua cheia de histórias. Uma vez por mês, uma roda de contação de histórias será conduzida por um artista ou grupo; seguindo sempre o calendário da lua cheia. A primeira roda terá como tema o sagrado feminino. Os ingressos também não tem preço fixo e o esquema de reservas de entrada é o mesmo.

Por fim, o projeto Em(Re)Forma vai promover oficinas breves, sempre aos sábados, com duração de até quatro horas. O ator, bailarino e pedagogo Diorge Santos, por exemplo, será responsável pela oficina Corpo e movimento na infância no dia 24, das 8h às 12h; já a contadora de histórias Adélia Oliveira propôs a oficina Papelão de poesia, em que vai explorar o potencial criativo dos participantes através da poesia e da construção de esculturas em papelão, no dia 31, das 14h às 18h. Para cada oficina será cobrado o valor de R$ 50.

Por questão de segurança, o endereço certinho da casa só é informado para quem reserva a entrada através do e-mail.

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