Arquivo mensais:novembro 2012

Riso baiano no festival do Recife

Matilde, la cambiadora de cuerpos. Fotos: Victor Jucá/divulgação

Matilde, la cambiadora de cuerpos flerta com o melodrama, com gêneros policial e de terror, com os programas televisivos de auditório e os sensacionalistas que apelam para as desgraças alheias. O espetáculo que veio da Bahia é inteligente e tem a sacada de fazer crítica mordaz ao “salve-se quem puder” contemporâneo, instigado principalmente por parte da mídia, que manipula as informações para tirar proveito na audiência ou na venda de jornalecos. Também mira-se numa falsa ficção científica.

É uma montagem leve e engraçada. A história se passa em Salvador, quando a figura conhecida por Matilde toca o terror trocando de corpo com as pessoas que ela beija. Um estranho poder que vem provocando insatisfações desde o Paraguai, onde a pacata cidadã, que gostava de se gabar com o dom, passa a ser procurada como criminosa.

O pânico chega à capital baiana quando Matilde invade o corpo de um cabra macho que trabalha no setor de despachos da prefeitura. Ele denuncia o caso à polícia e a mídia trata de apimentar o episódio. Matilde vira celebridade instantânea só que ninguém sabe exatamente qual é o seu rosto.

As duas atrizes Elaine Cardim e Tatiana de Lima usam vestidos vermelhos e se revezam em 29 personagens. As mudanças são feitas com caracterização na voz, num gestual bem lugar-comum de identificação de tipos, como o policial por exemplo. Mas também contam com alguns acessórios, como paletó ou coisa do gênero, mas principalmente com os pares de sapatos.

A Cia A4 de Realizações Teatrais também utiliza recurso audiovisual gravado anteriormente, com gente andando no centro de Salvador, ou a carinha de vários personagens que se envolvem na descoberta do paradeiro da “cambiadora”, como padre e pai de santo. Além da gravação da entrevista feita pela repórter Cecília de Campos, que consegue localizar Matilde. A parte documental do vídeo acho mais dispensável. A parte ficcional me parece mais pertinente.

Montagem traz duas atrizes no elenco

O espetáculo escrito por Fábio Espírito Santo com direção de Hebe Alves tem uma porção crítica muito forte: do espelhamento e da distorção da notícia, da manipulação de verdades e mentiras e da fragilidade da aferição de fatos, que atualmente podem ser inventados por qualquer um, nem sempre com finalidade lícita ou ética.

As duas atrizes mandam bem. Elas brincam com os estereótipos de figuras e trocam com segurança de personagem. O cenário praticamente vazio – com duas cadeiras e poucos objetos de cena – tem um contraponto na iluminação, que demarca espaços e dá os destaques às cenas. A direção de Hebe Alves impõe uma agilidade à montagem e valoriza a comicidade em determinados pontos da encenação.

O dramaturgo busca um final liberal, mas previsível. De qualquer forma, totalmente em acordo com a proposta, coerente com o motivo detonador de uma vida de “crimes” levada pela protagonista.

O espetáculo Matilde, La cambiadora de cuerpos é diversão com tutano e muito humor. Tem uma equipe bastante afinada, inclusive o contrarregra. A peça faz mais uma apresentação nesta segunda-feira, às 19h, no Teatro Barreto Júnior e tem aproximadamente 50 minutos de duração. Uma encenação que critica e faz rir.

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Maurice Durozier faz nova conferência hoje

Maurice Durozier, do Théâtre du Soleil. Fotos: Pollyanna Diniz

Maurice Durozier lançou ontem seu livro Palavra de ator, editado pela Prefeitura do Recife, e rodado nas impressoras da Cepe. Antes ele exibiu o espetáculo-conferência em tom confessional sobre o ofício do intérprete ao longo dos anos. A apresentaçao ocorre novamente neste domingo, às 18h, no Teatro Capiba, que fica no Sesc de Casa Amarela.

No sábado, o teatro de 100 lugares nao foi totalmente ocupado. As reflexões de Maurice sao preciosas e deveriam interessar a um número maior de atores, diretores e acadêmicos da área. Bem, quem perdeu ontem, ainda tem hoje. Só nao vai ter o jantar, com cardápio do proprio Maurice, que foi oferecido ao público. Aliás, o jantar é uma tradiçao do Théâtre du Soleil.

A conferência de Maurice foi dividida em dois atos. Como numa entrevista, a atriz Aline Borsari fez as perguntas e as forças e fragilidades do ofício foram destrinchadas a partir da experiência de Durozier. Muitos momentos foram emocionantes. Ele lembrou primeiro o homem, depois o poeta. Lembrei de Brecht. Para ser um bom artista ou alcançar a excelência nao se pode descartar a ética e o respeito. Como em qualquer profissão, aliás, para uma pessoa de bem.
Maurice tocou em pontos nelvrálgicos, como o ego dilatado, o esgoísmo do ator em cena, que quer aparece mais do que o outro. Ele falou de sua vivência e de como contornar essas armadilhas de sentimentos.

Maurice Durozier e Aline Borsari

“O ator deve deixar a parte da infância aberta”. E o melhor é que nao é apenas frase de efeito, mas uma prática profissional. O ator tambem falou da emoção. Se o ator é um ser que carrega dentro de si um mundo criativo que ele nao sabe bem o que é, no mar real, “a tempestade nao é uma metáfora”.

Francês lançou o livro Palavra de ator, com o apoio da Prefeitura do Recife

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“Quem mais sabe de mim é o espelho do meu camarim”

A prostituta e o travesti dividem o camarim, as frustrações e esperanças. Fotos: Ivana Moura

O espaço da peça é pra lá de intimista. Num pequeno retângulo, com dois espelhos em posições opostas, dois personagens se digladiam, se menosprezam, se elevam, se ancoram, se amam, devoram o coração um do outro. Em comum entre eles, um tal de Expedito que partiu dessa pra outra, melhor ou não. A prostituta veterana depois de abrir os shows da noite encontra um jovem travesti que se preparara para atuar. O espetáculo ocorre nesse intervalo, enquanto ela se despe, ele se veste.

E eles vão desmanchando os fios, relembrando ocasiões em que estiveram juntos. Essas figuras podem ser consideradas a escória da sociedade. Ali num camarim de um cabaré de periferia eles representam um para outro, mas quando mostram a verdadeira cara e as marcas que os infortúnios deixaram na alma e na carne/ossos/nervos eles falam do lugar de qualquer ser que tenha coragem de mergulhar dentro de si mesmo.

Mara, uma cantora desiludida com a arte, com seu talento e com a vida. E Gina, um travesti que sonha com o estrelato no exterior. Os atores Marta Aurélia e Demick Lopes envolvem o público nessas revelações de segredos, comentários bobos, filosofia barata, provocações eróticas e oscilações de humor.

Espetáculo é realizado numa estrutura bem próxima do público

O texto de Rafael Martins apesar dos diálogos crus tem doses de doçura. A temática é conhecida. E ninguém pensa que está inventando a roda. O embate entre esses dois seres derrotados está em toda parte. Alguns diálogos soam familiares e outros ou pedaços deles podem estar espalhados em peças de Plínio Marcos, num texto aqui ou acolá, nas conversas de submundo ou de outras trupes teatrais. Mas o que feito dessas palavras com seu encadeamento de frases.

Ficamos tão próximos dos atores que acompanhamos a respiração deles, o suor que cai, a pulsação. Ri pouco, e compartilhei a dor de ambos.

É uma montagem completamente diferente das outras coisas que já vi do Grupo Bagaceira de Teatro. É uma trupe que carrega um frescor no palco, que disposição para perseguir uma linguagem própria. E além de bons artistas eles são pessoas de bom caráter.

Yuri Yamamoto, o diretor da companhia, segue um caminho de ascensão, cada vez mais ousado, com mão segura para experimentar e quem achar ruim que faça outra melhor se for capaz. A parte dele é feita com competência ética.

Os atores Marta Aurélia e Demick Lopes nos papéis de Mara e Gina

Serviço

Com o Grupo Bagaceira de Teatro (CE)
Texto: Rafael Martins
Direção: Yuri Yamamoto
Elenco: Démick Lopes e Marta Aurélia

Quando: Até domingo, às 21h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)
Informações: 3355 3321

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Entre o humor e a falta de sentido

Cia Atores de Laura, do Rio de Janeiro, reapresenta hoje o espetáculo Absurdo. Fotos: Pollyanna Diniz

Alguém calunia você em praça pública e você em vez de procurar o advogado, a polícia ou os “capangas” continua a conviver com esse crápula com a educação que sua mãe e as rígidas freiras do colégio caríssimo lhe deram. Outra cena, um fulano sempre que lhe encontra lhe abraça e lhe beija, diz que você é sensacional, mas na verdade ele lhe odeia e quando você vira as costas fala coisas horríveis e até faz campanha para ocupar o seu lugar na firma; ou quer que você morra – real ou simbolicamente. Um espectador normal, que não seja tomado pela ganância e pela inveja em doses cavalares possivelmente achará essas cenas absurdas.

O diretor do grupo Atores de Laura, Daniel Herz diz que “as questões do teatro do absurdo estão camufladas no cotidiano”, que a peça que foi apresentada ontem e será reapresentada hoje no Teatro Luiz Mendonça, do Parque Dona Lindu, mostra que “quanto mais conhecemos alguém, mais se abre um abismo de desconhecimento”. É, muitas vezes…Um paradoxo a se enfrentar.

O espetáculo Absurdo traz um texto de criação coletiva da companhia carioca. A peça tem como referência o Teatro do Absurdo e as obras de Eugène Ionesco e outros mestres desse movimento. A criação coletiva do texto traz rasgos de humor e inteligência que conseguem a aderência da plateia, mas isso não ocorre o tempo todo. Há uma frouxidão na dramaturgia que contamina todo o jogo dramático.

Uma mesa de jantar e quatro cadeiras compartilhadas por dois casais. Eles habitam o mesmo espaço cênico. Mas cada casal só dialoga entre si, cada marido com sua própria mulher. Os dois casais vivem o mesmo dilema da sobrevivência da relação amorosa após 20 anos.

Direção é de Daniel Herz e dramaturgia é coletiva

Essas pessoas da sala de jantar também dividem o mesmo e único filho. E também podem trocar de parceiros. A revelação desse filho é uma das cenas que vale o espetáculo. A outra é quando o homem caído no chão é carregado até a mesa. Algumas cenas de repetição também são muito interessantes.

O elenco dos atores de Laura é ótimo: Ana Paula Secco, Anderson Mello, Luiz André Alvim, Márcio Fonseca e Verônica Reis. Mas a montagem recai num abismo monótono e até chatoso, na gangorra de afirmações e negações sem avanços estilísticos para tratar do desatino e de um círculo vicioso de falta de soluções. Eles partem de situações aparentemente bem comuns para chegar à incomunicabilidade ou às circunstâncias ilógicas.

Montagem faz parte das comemorações dos 20 anos do grupo

O espetáculo ganha quando tem mais agilidade e perde quando emperra no contraste. O jogo de contrários não tem força suficiente para que a montagem flua com a proposta do grupo de ir na corrente do humor de Ionesco e afastado do peso de Beckett. As escolhas do dramaturgo irlandês e sua consciência do vazio de sentido não passam perto da montagem, mas a leveza e o humor irresistível de Ionesco também não ganham fôlego nas opcões do grupo pelo ilógico e irracional.

Na encenação Absurdo a palavra mente. Frases são ditas e a outra pessoa escuta outra coisa. O simulacro do casamento nao alcança a distorção cênica gerada pela intimidade. Falta uma maior sustentação. Os diálogos ganham um aspecto mais superficial e falta uma amarração das cenas como um todo.

Apesar do humor, diálogos geralmente não conseguem fugir da superficialidade

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Mostra Capiba para fechar bem o ano

Hay Amor!, do grupo Os Geraldos, de Campinas, está na programação da Mostra Capiba. Foto: Claudia Echenique

Saiu a programação da VI Mostra Capiba, realizada no Teatro Capiba, no Sesc Casa Amarela, e também este ano, com ações no C.A.S.A (Centro de Articulação de Saberes Artísticos), que é na Rua Visconde de Abaeté, 166, na Tamarineira.

Mais uma vez o Satisfeita, Yolanda? é parceiro do festival, que vai de 7 a 15 de dezembro. Vou escrever sobre os espetáculos e os textos serão postados aqui no blog e no site do Sesc. Também foram convidados pra escrever sobre as peças os professores Wellington Júnior e Elton Bruno.

Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).

Vamos à programação:

TEATRO CAPIBA

Dia 7/12, às 20h:
Sereia no Escuro – Marcondes Lima (PE)
Sinopse: Exercício teatral calcado na improvisação como meio de expressão e não como meio de preparação para o trabalho do ator. Uma experiência cênica no limite entre linguagens, onde a representação, o canto e a dança são utilizados pelo ator como experimentos, sem a preocupação com certas convenções. O ator, em tom confessional, faz de si personagem. Fala sobre o seu fazer artístico, entremeando fragmentos de memória e ilustrando-as com demonstrações práticas. A figura mítica da sereia serve como metáfora do ser ator e dos estados de inadequação, de dubiedade e de inconformismo diante da existência. Também diz respeito às criaturas híbridas que rodeiam e habitam os abismos de todos nós.

Dia 8/12, às 20h:
Propriedade Condenada – Cia de Teatro da UFBA (BA)
Sinopse:
Com o texto curto Essa propriedade está condenada, Tennessee Williams trata de inocência de duas crianças (Tom e Willie) que se encontram nos trilhos do trem e os fatos cruéis que constituem a vida de Willie, como abuso sexual, abandono e exploração de menor. Através da narrativa de Willie, descobrimos toda a tragédia de sua família: após o abandono de sua mãe que fugiu com o homem que freava os trens e do sumiço de seu pai, alcóolatra, Willie e sua irmã mais velha, Alva, ficam sós em uma grande casa abandonada. Logo, os homens da região abusam de Alva até sua morte por tuberculose. Aos treze anos, Willie assume o lugar de sua irmã, transformando-se na cortesã dos homens da ferrovia.

Dia 9/12, às 20h:
Aquilo Que Meu Olhar Guardou Pra Você – Grupo Magiluth (PE)
Sinopse:
Com dramaturgia que adota a postura de “testemunho imparcial”, contando relatos que poderiam ser objeto de vários contos, Aquilo que Meu Olhar Guardou Pra Você mostra uma visão mais aprofundada das cidades com foco nas figuras, histórias e fluxos de todo o tecido social. É um espetáculo vivo e a cada apresentação, amplia o estado de jogo dos atores envolvidos e que pretende estabelecer uma ligação com o público a partir de uma humanidade comum, compartilhada e assumida. Neste sentido, a montagem radicaliza a experiência teatral, dando a platéia não mais um papel passivo e protegido em sua penumbra e sim um papel ativo e propositivo mediante aquilo que ela encontra.

Dia 10/12, às 20h:
Avesso – Educandário Cicuta Sem Estricnina (PE)
Sinopse: O espetáculo é o encontro de dois seres em busca de suas verdades através de histórias fabulosas e divagações filosóficas, apoiados em suas relações com o sistema sócio-econômico capitalista e suas atividades cotidianas. É uma redescoberta do ser humano começando do lado contrário. A trilha sonora é feita ao vivo a partir de recombinações de sons capturados por microfones espalhados pelo palco e na platéia, trazendo caráter orgânico ao universo surreal proposto.

Dia 11/12, às 20h:
Gaiola de Moscas – Grupo Peleja (PE)
Adaptado do conto homônimo do escritor moçambicano Mia Couto, Gaiola de Moscas é um espetáculo inspirado na brincadeira de Cavalo Marinho. Zuzé Bisgate é um curioso comerciante. Ele vende cuspes para engraxar sapatos e moscas para acompanhar os mortos nos funerais. Sua mulher, cansada das ideias do marido, se encanta por um forasteiro vendedor de “pintadas” de batom. A história nos remete a um vilarejo imaginário que poderia estar em Moçambique, no Brasil, ou em qualquer lugar onde se combine desigualdade social e criatividade. A encenação envolve o espectador num universo de precariedade e alegria, onde os personagens sobrevivem entre destroços e sonhos. Como “brincantes do conto”, músicos e atores-dançarinos apresentam sua própria brincadeira contemporânea e instauram o clima vivenciado nos brinquedos populares.

Na solidão dos campos de algodão, com Edjalma Freitas e Tay Lopez. Foto: Pollyanna Diniz

Dia 12/12, às 20h:
Na solidão dos campos de algodão – Cia do Ator Nu (PE)
Onde: O espetáculo não será no teatro, mas na quadra poliesportiva do Sesc Casa Amarela
Sinopse: Dois homens se encontram num lugar neutro, indefinido. Um deles pretende fornecer o que o outro desejaria, mas nem o desejo, nem a mercadoria são revelados. O jogo enigmático avança até chegar a um final surpreendente. E essa relação mostra-se, ao longo do tempo, como um combate sem vencedores tendo a solidão como horizonte. Um combate que só se realiza através da palavra. É a palavra que vai, no percurso do espetáculo, revelar que toda relação é um jogo comercial no qual um deseja e o outro sacia.

Dia 13/12, às 20h:
Olivier e Lili – Uma História de Amor em 900 Frases – Teatro de Fronteira (PE)
Sinopse: Concebido a partir de Les drôles: un mille-phrase, texto em que a dramaturga e atriz Elizabeth Mazev revive passagens de sua infância, adolescência e juventude ao lado do encenador e ator Olivier Py, o espetáculo cruza essa história de amor e amizade com fragmentos da biografia dos atores Fátima Pontes e Leidson Ferraz. Como se lesse as páginas de um diário, como se abrisse um álbum de fotos, como se revirasse um baú empoeirado, o público é convidado a compartilhar as memórias íntimas de Lili/Fátima e Olivier/Leidson: escola, família, sabores, músicas, perdas, paixões, sexo, identidades. Numa narrativa telegráfica e vertiginosa, a montagem (con)funde as camadas do ficcional e do real, do público e do privado, para celebrar os encontros de arte e vida propiciados pelo teatro.

Divinas, da Duas Companhias. Foto: Ivana Moura

Dia 14/12, às 20h:
Divinas – Duas Companhias (PE)
Sinopse: O espetáculo apresenta em clima de brincadeira e poesia três figuras contadoras de histórias, na pele das palhaças Uruba, Bandeira e Zanoia, atravessando tempos e geografias diversas numa caminhada sobre a delicadeza e a força na busca dos sonhos. O trabalho em conjunto transforma o grupo num grande amálgama de criatividade, dando continuidade ao movimento em busca de um corpo de mulher no universo do clown, criando uma linguagem própria da palhaça.

Dia 15/12, às 20h:
Hay Amor – Os Geraldos (SP)
Ao evocar que haja amor, a comédia musical pretende tratar a necessidade humana de não estar só. Através de uma criação dramatúrgica coletiva, o espetáculo busca retratar as relações amorosa do homem contemporâneo que, por conviver com a instantaneidade do mundo virtual, vê-se imerso em um universo de laços “a curto prazo” e relacionamentos a distância. Hay amor! se passa em um banco de praça de uma cidade do interior, onde jovens descobrem sua sexualidade e as relações amorosas.

C.A.S.A – Centro de Articulação de Saberes Artísticos

Dia 13/12, às 22h:
Faca de dois gumes – Grupo Cênico Calabouço – (PE)
Sinopse: Este trabalho foca sua busca nas relações entre sexualidades e cena contemporânea. O ator Nelson Lafayette apresenta seu solo dialogando com as tensões presentes em diversos materiais criativos – de sua vida até trechos de filmes e novelas.

Dia 14/12, às 22h:
Drama em Pessoa – Teatro Dubando (PE)
Drama em Pessoa é o novo projeto do Teatro Dubando. Consiste na leitura dramática do texto teatral O marinheiro, de Fernando Pessoa, e da encenação do texto Salomé do mesmo autor. Dividem a direção da leitura Edjalma Freitas e Alexsandro Souto Maior. A encenação de Salomé é dirigida também por Alexsandro. Com este projeto, o grupo pretende partilhar com o público o teatro pouco conhecido de Fernando Pessoa. Um teatro marcado pela valorização da palavra. Um teatro para ser lido, não encenado, como o próprio Pessoa admitia. O Teatro Dubando acabou por enveredar no universo lírico e onírico, presente nos dois textos, a fim de contar dramas estáticos na perspectiva de um espetáculo intimista e envolvente.

Dia 15/12, às 22h:
Cartas Autorais – A Cântaros (PE)
Sinopse: Através do jogo e performance, diferentes leituras de cartas, postais, bilhetes e outras correspondências, permeadas por memórias musicais. O roteiro e a direção são de Ana Laura Nascimento e Sonia Guimarães, que também estão no palco.

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