Arquivo mensais:fevereiro 2011

Ex-combatentes em Brasília

Grupo Cena

O grupo Cena apresenta sua nova montagem nesta terça-feira, no próprio Espaço Cena, em Brasília. São três atores no palco: Chico Sant´Anna, João Antônio e William Ferreira, sob a direção de Guilherme Reis. Heróis, o caminho do vento (Le Vent dans Le peuplier, no original), traz três ex-combatentes, que agora estão numa casa geriátrica e desfiam lembranças, divagações e ironias. O texto é de Gerald Sibleyras.

Durante o Janeiro de Grandes Espetáculos, o Grupo Cena esteve no Recife para apresentar, pela segunda vez, um dos espetáculos do seu repertório: Dinossauros. Por essa experiência, fiquei muito curiosa para conferir esta nova empreitada. Em Dinossauros, os atores Carmem Moretzsohn e Murilo Grossi se encontram numa madrugada no banco de uma estação. Aos pouquinhos, a gente vai se apaixonando pelo texto (que é do dramaturgo, diretor e psicólogo Santiago Serrano), pela encenação delicada, cheia de nuances – desde o medo inicial da personagem Silvina, até a aproximação dos dois personagens.

Um espetáculo curto – acho que tem menos de uma hora-, mas que deixa a sensação de que não é mesmo preciso muito para que uma experiência teatral seja plena, tanto para os atores como para o público. A direção também era de Guilherme Reis, um dos criadores do Festival Cena Contemporânea.

Heróis, o caminho do vento fica em cartaz até 26 de março. Na semana de estreia, as sessões serão de terça a domingo; depois, de quinta a domingo. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 61 3349-3937 ou pelo facebook do Cena Contemporânea de Brasília.

Espero que a peça venha logo por aqui! Atenção, produtores!!! Missão para vocês!

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Prefeitura estipula nova data para pagamento de fomento

O prazo era de dez dias. Mas lá se foram 20. E a Prefeitura do Recife não cumpriu o prometido: pagar o prêmio de Fomento às Artes Cênicas, cujo resultado foi divulgado no mês de março do ano passado. A quantia é de R$ 100 mil, para ser dividida entre cinco projetos – ou seja, R$ 20 mil para cada iniciativa.

Voltamos a fazer a cobrança. Desta vez, a promessa é de que o pagamento seja feito até o dia 18 de março. Aqui está a nota da prefeitura, na íntegra:

“A Secretaria de Cultura do Recife informa que o pagamento do prêmio de Fomento às Artes Cênicas será efetuado até o dia 18 de março. Esta é a primeira vez que o prêmio será viabilizado pelo Fundo Municipal de Cultura, o que gerou alguns entraves burocráticos. A Secretaria de Cultura está empenhada para solucioná-los o quanto antes”.

Leia aqui a primeira matéria, publicada no Diario de Pernambuco, e reproduzida no Satisfeita, Yolanda? sobre o atraso no Fomento às Artes Cênicas.

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Desafio Kafka em Curitiba

Teatro Experimental de Arte / Foto: Euclides Ferreira

Numa miscelânea de 373 espetáculos que vão participar da mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba, no Paraná, entre os dias 29 de março e 10 de abril, apenas um deles é pernambucano. Na mostra principal, que tem 31 montagens, não há nenhum representante do estado.

A metamorfose é uma produção do Teatro Experimental de Arte (TEA), de Caruaru. O Fringe, como é chamada essa programação de espetáculos que não participa da grade principal, e ocupa todos os espaços possíveis da cidade, não custeia despesas como passagens aéreas, hospedagem e alimentação para os grupos que vão se apresentar. O maior interesse para esses espetáculos é a divulgação, e ainda o fato de integrar um festival que está completando 20 anos.

É nisso que aposta Fábio Pascoal, diretor da encenação pernambucana. “Acompanho o festival em Curitiba regularmente, desde 2003, como curador do Festival de Teatro do Agreste (Feteag), realizado em Caruaru. E o que vejo em Curitiba é uma grande vitrine. Uma possibilidade de outras pessoas acessarem o espetáculo, inclusive curadores”, explica.

A montagem de Caruaru é baseada na obra de Franz Kafka. “É uma peça que se divide muito bem entre momentos de narrativa e ação, a partir das experiências vividas por mãe e filha”, conta. No palco, apenas duas atrizes: Julliana Soares e Geysiane Melo. Isso, aliás, facilitou a ida ao Paraná. “São duas atrizes e dois técnicos. Uma equipe pequena. Estamos imaginando gastar em torno de R$ 5 mil”, avalia o diretor, que também assina a iluminação. A sonoplastia é de Paulo Henrique.

Teatro Experimental de Arte / Foto: Euclides Ferreira

A estreia de A metamorfose foi em 2006; em 2008, o grupo fez uma temporada no Teatro Joaquim Cardozo, no Recife. Mas é possível dizer que a peça já tem uma carreira nacional: participou dos festivais de Londrina, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, esteve em João Pessoa.

Em Curitiba, os pernambucanos vão fazer três apresentações – nos dias 4, 5 e 6 de abril, em horários bem distintos: às 11h, às 14h, e às 20h. “Como são muitos espetáculos se apresentando ao mesmo tempo, sabemos que é difícil ser visto, ganhar a concorrência. Contratamos até uma assessoria de imprensa local, para tentar buscar ainda mais espaço”, conta.

Essa é a primeira vez que o Teatro Experimental de Arte, criado há 49 anos por nomes como o casal de atores Argemiro Pascoal e Arary Marrocos, participa do festival. É também a primeira direção de Fábio Pascoal. A última montagem do grupo, que tem como sede o Teatro Lício Neves e cerca de 20 integrantes, estreou ano passado. Foi Auto da Compadecida, com direção de José Carlos.

Clowns de Shakespeare

Grupo potiguar abre festival – Se ano passado nenhum espetáculo nordestino entrou na grade da mostra principal do Festival de Curitiba, nesta edição, uma companhia do Rio Grande do Norte vai abrir a programação, no dia 29, mesma data do aniversário da capital paranaense. É a Clowns de Shakespeare, que vai estrear a montagem Sua Incelença, Ricardo III. A direção é do mineiro Gabriel Villela. “Há três anos trabalhamos com essa ideia. É um espetáculo a céu aberto, que é primo-irmão do Romeu e Julieta”, explica o diretor. A montagem, aliás, vai participar de um festival de teatro na Rússia, em maio; se apresenta em Moscou e ainda excursiona por outras cidades do interior.

Para montar a programação curitibana, o diretor Leandro Knopfholz diz que os curadores perceberam quatro tendências no teatro brasileiro. “O teatro de grupo está voltando. É também mais forte a influência dos textos nacionais; temos uma onda de musicais; e vimos a confusão de gêneros que se estabelece”, afirma o diretor. Todas essas questões apontadas por Knopfholz, se refletem nas escolhas para esta 20ª edição do festival.

Armazém Companhia de Teatro

Três dos grupos mais importantes do país, por exemplo, estão na mostra principal: o Galpão, de Minas Gerais, os Satyros, de São Paulo, e a Armazém Companhia de Teatro, radicada no Rio de Janeiro. Essa última, vai apresentar o seu 19º espetáculo: Antes da coisa toda começar, fruto da parceria dramatúrgica de Maurício Arruda de Mendonça e Paulo de Moraes, que assina a direção. Os Satyros estreiam O último stand up, com direção de Fábio Mazzoni; uma investigação sobre pessoas anônimas do centro de São Paulo. E o Galpão estreia Tio Vânia, direção de Yara de Novaes, a partir da obra de Tchekhov, que tem no sentimento do fracasso humano um de seus nortes.

Os Satyros

Grupo Galpão

Além da mostra principal e do Fringe, outros eventos também se agregam ao festival, como o Risorama, que promove apresentações de stand up (aliás, o pernambucano Murilo Gun, um dos precursores do stand up por aqui, também participa do festival), o Gastronomix, É tudo improviso, PUC Ideias (que terá debates), e Sesi dramaturgia. Este ano, o festival tem ainda shows musicais, como Maria Gadú e Música de brinquedo, do Pato Fu. “O Festival de Curitiba não perde o foco. Continuamos sendo um festival que mostra as tendências do teatro brasileiro, um ponto de eixo e de encontro de quem faz e assiste teatro”, finaliza o diretor.
(Essa minha matéria foi publicada neste domingo, 27 de fevereiro, no Diario de Pernambuco)

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Ópera no cinema

Ópera ao vivo no cinema

O tenor espanhol Plácido Domingo, 70 anos completados no mês passado, interpreta o personagem Orestes na ópera Ifigênia in Tauris, uma produção do MetOpera, de Nova York, que será mostrada – ao vivo – neste sábado, às 15h, no cinema UCI Recife, sala 3, no Shopping Recife (em Boa Viagem). A exibição faz parte do programa UCI Live, que mostra ao público atrações internacionais, em tempo real.

Baseada na peça de Guymond de la Touche, a ópera conta o que se passou com Agamenon, após consultar o oráculo da deusa Artemis. Antes de partir para a Guerra de Troia, Agamenon acreditou nas previsões do oráculo, que alertava que os ventos não seriam favoráveis à navegação e à partida dos exércitos gregos. Para reverter a situação, seria necessário tomar uma decisão dramática e oferecer a própria filha em sacrifício. Agamenon aceitou a proposta e pretendia matar a jovem Ifigênia no altar da deusa. Mas Artemis não permitia sangue humano em seu altar e transformou Ifigênia numa sacerdotisa, levando-a para Tauris.

A próxima atração do UCI Live é Don Quixote, do Ballet Bolshoi, ao vivo de Moscou, no dia 6 de março, em pleno domingo de carnaval, às 13h.

Os ingressos tanto para assistir à Ifigênia in Tauris quanto para Don Quixote podem ser adquiridos com antecedência na bilheteria do cinema, nos terminais de autoatendimento ou pelo site www.ucicinemas.com.br. Cada ingresso custa R$ 50. Informações: (81) 3087-2879.

Esse texto, que foi publicado no Diario de Pernambuco de hoje, foi uma colaboração da querida Tatiana Meira.

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Antes que a folia reine

Sei que o carnaval já se instalou…mas ainda tem programação de teatro em cartaz na cidade (ainda bem)! Então, não poderíamos deixar de indicar duas peças que estão encerrando temporada neste fim de semana.
A primeira delas é Rasif – Mar que arrebenta, do Coletivo Angu de Teatro. Eles estão no Teatro Hermilo Borba Filho, até o domingo, sempre às 20h, e os ingressos custam R$ 10 e R$ 5. O texto é de Marcelino Freire, direção de Marcondes Filho e o elenco é muito bom! Quer saber mais? Leia aqui a crítica.

Foto: Tadeu Gondim

Outra montagem que também se despede é A morte do artista popular, com direção de Antonio Edson Cadengue, e texto de Luís Reis. Essa não é, definitivamente, uma peça fácil. Mas leva à cena uma discussão e uma abordagem interessantes sobre como a nossa cultura se sustenta hoje, através dos editais e concursos. É uma encenação elegante, cheia de referências, e mistura de genêros. Os atores são concluintes da Escola Sesc de Teatro – entre eles os meninos dos Embromation, que arrasam enveredando por esse outro caminho. Também já rolou a crítica aqui no Yolanda. A peça está em cartaz no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro, sábados e domingos, às 19h. Ingressos: R$ 5.

Foto: Ivana Moura

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